Existe uma razão para que o WhatsApp seja o aplicativo de celular mais baixado no Brasil: sua agilidade e praticidade permite uma comunicação eficaz, mesmo diante de tecnologias 3G e 4G muito aquém da capacidade de países desenvolvidos.
A probabilidade de andar nas ruas e encontrar alguém mexendo no WhatsApp pelo smartphone é muito grande, principalmente nas metrópoles. Isso fez com que o app se tornasse a principal ferramenta de comunicação de nossos tempos.
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Foi trocando mensagens que o médico de Recife Dr. Carlos Brito postou em um grupo do WhatsApp que estava preocupado com a sucessão de casos que surgiram nos hospitais da cidade. Pessoas com erupções cutâneas, inchaços nas articulações e uma febre mais breve que a dengue, já bastante conhecida pelos colegas de profissão, eram frequentes entre os pacientes analisados.
Do Rio Grande do Norte, o infectologista Kleber Luz sugeriu: “acho que é zika”. Brito estava em um jantar familiar e disse concordar com o colega, após algumas pesquisas.
Tanto Brito quanto Luz já tinham familiaridade com os casos da chikungunya, transmitida pelo mesmo inseto da dengue e, conforme se constatou posteriormente, da zika: o aedes aegypti.
Num evento em Feira de Santana, na Bahia, eles conheceram outros médicos que também tratavam regularmente de doenças transmitidas pelo mosquito. O nome do grupo: ‘ CHIKV: A Missão’.
Por volta de agosto do ano passado, esse grupo de médicos passou a trocar informações. O objetivo era descobrir o motivo de tantos bebês no Nordeste apresentarem casos de microcefalia.
Essa troca de mensagens, informações e compartilhamento de casos fez com que eles acionassem o Ministério da Saúde, que passou a coordenar essas investigações a partir de outubro de 2015.
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Grupo de mães
Além de ter ajudado no diagnóstico, o WhatsApp também tem sido utilizado para que mães com bebês microcéfalos troquem mensagens de apoio. A pernambucana Germana Soares, que trabalha em escritório, criou um grupo com mais de 60 mães.
“Estes grupos nos permite celebrar a maternidade em tempos em que nos sentimos diante de diversos estigmas”, disse Germana, em entrevista ao PBS. “ Estamos no mesmo barco. E esse barco está bem cheio”.
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