Conheça a substância derivada do grafite que pode revolucionar a tecnologia

Uma das maiores preocupações da tecnologia é o uso de materiais sustentáveis e resistentes, para atender a demanda infindável da indústria. O grafeno, substância derivada do grafite, foi descoberto em 2004, e pode ser a solução e um potencial substituto para o silício no futuro.

O grafeno possui propriedades interessantes para a tecnologia. É um material condutor de energia, extremamente fino e resistente, sendo 200 vezes mais forte que o aço. Ele mantém suas características mesmo em pequenas quantidades.

Diferente do silício, cujos elétrons ficam instáveis em pequenos trechos, o grafeno permite a construção de circuitos cada vez menores e mais eficientes. Os átomos de carbono estruturados em hexágonos proporcionam maior estabilidade aos elétrons, o que aprimora suas propriedades para o uso prático.

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A substância é derivada do grafite, e teve os primeiros estudos feitos em 1947. Porém, o isolamento correto do material para usos práticos só ocorreu em 2004, na Universidade de Manchester. Os cientistas responsáveis por tornar o grafeno realidade foram Andre Geim e Kotsya Novoselov, que ganharam o Prêmio Nobel de Física em 2010 por esse motivo.

As aplicações do grafeno são diversas. Suas condições podem criar uma internet extremamente veloz, caso o material seja usado nos cabos de transmissão de dados ou em moduladores de rede.

Outros usos seriam em baterias mais eficientes, purificação da água em filtros, embalagens de alimentos e até em preservativos com maior impermeabilidade.

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O material é sensível à luz, o que permite a aplicação em sensores mais potentes e telas de celulares mais resistentes. As propriedades físicas e óticas do grafeno são tão promissoras que os estudos levantaram um consórcio de financiamento, o Graphene Flagship Consortium, grupo com vários parceiros ao redor do mundo destinados a esse estudo.

No Brasil, o Instituto Presbiteriano Mackenzie montou o primeiro laboratório voltado aos estudos do grafeno na América Latina, o MackGraph, em São Paulo.