Cada esquina, um flash. Desde o advento das selfies, todo mundo quer fazer uma pose e esticar o braço para fotograr a si mesmo em um local novo, diferente, ou bonito demais. Acontece que, muitas vezes, essa atividade pode ser perigosa. Tirar selfie no meio de uma rua ou no alto de um edifício, por exemplo, não parece uma boa ideia.
Um estudo realizado pela Universidade Carnegie Mellon (Estados Unidos) mostrou que é preocupante o aumento de número de mortes por causa das selfies a cada ano. Em 2014, 15 pessoas morreram tirando fotos de si mesmo pelo celular. Em 2015, aumentou para 39. Só nos primeiros meses de 2016, esse índice quase dobrou: chegou a 73 mortes.
Por conta disso, pesquisadores norte-americanos estão trabalhando em um aplicativo que mapeia quando uma pessoa estiver tirando foto de algum lugar considerado arriscado: estações de trem, pontos muito altos, no meio de avenidas movimentadas, entre outras situações perigosas.
Nos períodos de teste, o aplicativo analisou 3 mil selfies e identificou situações perigosas em 70% das vezes.
Mortes por selfie no mundo
Segundo os pesquisadores, a causa mais provável de morte é em grandes alturas, com pessoas que chegam a subir em penhascos e topos de prédio só para tirar uma foto que comprove a aventura arriscada.
O maior grupo de risco está entre pessoas de 20 a 24 anos, que contabiliza 45 mortes (35% do total). Jovens com menos de 20 anos totalizam 41 mortes, enquanto 17 vítimas das mortes tentando tirar selfie tinham mais de 30 anos.
A Índia é o país que lidera, de longe, o maior número de mortes por selfies – ou ‘killfies’, de acordo com o estudo da Carnegie Mellon. Só lá, 76 pessoas morreram, uma diferença enorme do 2º colocado, a Palestina, com 9 mortes, seguida por Estados Unidos (8 mortes), Rússia (6), China e Filipinas (com 4 mortes cada).
A maioria dos indianos que morreram por conta de selfies estavam em locais muito próximos a trilhos de trem. Segundo Hemank Lamba, líder da pesquisa, isso está relacionado à “crença de que posar sobre ou perto dos trilhos com seu melhor amigo é considerado romântico e um sinal de uma interminável amizade”.
O Brasil não contabiliza nenhuma morte por selfie, segundo o relatório.

Homens morrem mais tirando selfie
Acredite se quiser: os homens costumam tirar mais selfies do que as mulheres. Uma pesquisa da fabricante de smartphones HTC mostrou que, apesar de a sua timelime estar lotada de fotos com biquinhos, os homens são duas vezes mais propensos a tirar fotos vaidosas do rosto e do corpo do que as mulheres.
Essa diferença entre gêneros também é refletida no número de acidentes. A pesquisa norte-americana constatou que 2/3 dos mortos tirando selfie eram homens, o que prova que eles são mais predispostos a se colocar em situações de risco.
“Desde o advento das redes sociais, as pessoas desenvolveram uma insaciável vontade de ser o mais popular em suas comunidades”, pondera a pesquisa. “Em termos médicos, isso tem servido de comparação com formas de narcisismo em relação às selfies”. Assim, o que era vaidade pode acabar em tragédia.
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