A nova jurubeba > Vinho não é remédio

Por exemplo: a restrição de calorias, que se provou capaz de estender o período de vida de uma grande variedade de organismos, resultará num metabolismo de queima caloria muito lenta, em que os organismos ficam em compasso de espera até que as coisas melhorem. Em estudos experimentais, o resveratrol pode levar a um estado de restrição calórica, o que pode servir de proteção contra várias doenças relacionadas à idade e até ao câncer.

Não é à toa que o interesse por essa molécula seja enorme, embora ainda existam questões a resolver, com a das dosagens. Para desfrutar da saúde de alguns ratinhos, precisaríamos de mais do que uma garrafa de vinho tinto diariamente.

Pesquisadores da Escola Médica de Harvard, EUA, davam aos seus ratinhos de laboratório uma senhora dose de resveratrol, num estudo em torno da longevidade: 24 miligramas por quilo de peso. O vinho tinto pode ter entre 1,5 a 3 miligramas de resveratrol por litro. Portanto, uma pessoa com os seus 70 quilos precisaria beber entre 1.500 a 3.000 garrafas de vinhos todos os dias para chegar à dose consumida pelas cobaias!

Além disso, vinho não é remédio. Consumimos por prazer

Numa rápida busca pela Internet, vamos achar muitas empresas oferecendo suplementos à base do resveratrol, todos trombeteando incríveis benefícios para a saúde. Mas ainda é muito cedo para transferir para os humanos o que ainda se está aprendendo à custa dos ratinhos.

A evidência de séculos de história é a de que o vinho, consumido com moderação, pode ser muito bom para a saúde. Logo, qual a vantagem de adicionar o resveratrol? Além disso, vinho não é remédio. Consumimos por prazer.

Vamos deixar os cientistas fazer o trabalho deles. Sabemos que há boas razões para a indústria farmacêutica ser pesadamente regulada, e para que os consumidores sejam protegidos contra remédios perigosos (ou não pesquisados devidamente) e falsos reclames.

Se o Dr. Norrie pesquisasse pra valer, não daria no nome “The Wine Doctor” a seus vinhos. Este é o nome de um dos mais antigos e sérios sites sobre vinhos em toda a internet, assinado por um outro médico, Chris Kissack. Veja aqui.

O Dr. Norrie vai faturar uma nota, tenho certeza. Poderá também percorrer um caminho que beira o supersticioso, o falso, o enganoso e ajudar a transformar a bebida num xarope milagroso, numa catuaba, numa nova jurubeba.

Da Adega

Cinco Sentidos . A Confraria Carioca apresentará no próximo dia 2 de fevereiro a linha Cinco Sentidos, da produtora Finca Algarve, de Mendoza, Argentina, trazidos pela importadora Madalosso Martins para a charmosa butique de vinhos de Duda Zagari.

A Finca Algarve fica a 850 metros de altitude nas bordas do Rio Mendoza, na província de mesmo nome, na Argentina. Foi fundada em 1955 e dos seus 100 hectares saem agora uma linha completa de vinhos: Cinco Sentidos.

Temos o Gran Reserva 2004 , um blend de Malbec (50%), Cabernet Sauvignon (44%) e Syrah (6%). Foi Medalha de Ouro na Vinandino em 2007. Seguem-se o Reserva 2004 (metade Malbec, metade Cabernet), medalhas de ouro na Vinandino 2007 e de prata no Hyatt Awards 2007; o Torrontés 2007 (a grande uva branca argentina), o Chardonnay 2006, o Cabernet Sauvignon 2005, o Malbec 2005 (medalha de prata o Hyatt Awards 2007 e também de prata no Vinandino 2007) e o doce Tardio , um blend de Torrontés e Chardonnay, numa belíssima garrafa.

No dia 2 de fevereiro, a degustação começará às 15 horas. A Confraria Carioca fica no Rio Plaza Shopping, na Rua General Severiano, 97, loja 35, Botafogo, Rio de Janeiro. Não perca.

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