Como escolher um carro? Saiba quais pontos analisar

Fortemente ativas na economia e em busca de maior satisfação no que consomem, as mulheres já não aceitam mais serem apontadas como aquelas que escolhem o carro pela lataria. A nova ordem é a do custo-benefício: o que será melhor para o bolso delas e, ao mesmo tempo, renderá conforto e segurança? A beleza pode ser a porta de entrada, mas hoje o mercado, consciente da característica criteriosa da ala feminina, entendeu que os produtos ofertados devem ir além do “rostinho bonito”. Se deseja comprar um automóvel, veja o que dizem os especialistas para garantir que você saia da concessionária 100% satisfeita. A primeira coisa a se refletir é sobre o que o veículo significa. Segundo Márcia Tolotti, expert em finanças para mulheres, ele não pode ser considerado um investimento. “Nós chamamos de um passivo de conforto. Não dá retorno financeiro, somente conforto e, em muitos casos, a realização pessoal”, diz. E a relação desse custo com os benefícios do conforto é o que deve ser avaliado na hora de adquirir o novo bem.

Fora o preço da compra, a consumidora deve atentar para os gastos com manutenção e com o uso do automóvel: despesas com combustível, impostos como o IPVA e o Seguro Obrigatório (DPVAT), seguradoras particulares, taxas de estacionamento. Tudo deve ser friamente calculado. “Em quatro anos, o consumidor desembolsa, para manter o carro, o equivalente àquilo que pagou por ele. E, com a depreciação, esse dinheiro não retorna”, observa ela.

O educador financeiro Rafael Seabra, criador do site Queroficarrico.com, coloca na ponta do lápis: “Considerando que um carro popular custa em torno de 28 mil reais, o valor total gasto mensalmente, em média, é mais do que o dobro do valor da prestação”. Para o especialista em finanças e construção de patrimônio Fabrício Peruzzo, “o carro só se torna um investimento quando o custo total para mantê-lo é menor do que se gastaria usando transportes alternativos”.

Veja agora os quatro principais itens que requerem a sua atenção na hora da compra:

Apólice de Seguros

Para a especialista Márcia Tolotti, no custo do carro já deve estar incluído o valor do seguro correspondente. ” Se você não pode arcar com as despesas do seguro de determinado veículo, escolha outro modelo“, recomenda. “Sem o seguro, você está correndo mais riscos de ter um custo ainda muito maior no futuro.”

Impostos

Antes de optar pelo modelo dos seus sonhos, procure saber quanto valem as taxas do IPVA e do DPVAT. “Some todas as taxas ao valor do seguro e divida por 12, para saber quanto do seu orçamento mensal você irá comprometer com o carro. Não espere o início do ano para se preocupar com isso”, ensina Tolotti.

Taxas de estacionamento

Você não estará com o seu automóvel 24 horas por dia, o que significa que precisará levar em consideração o gasto para guardá-lo em local seguro. “Ter garagem grátis tanto em casa quanto no trabalho é o cenário ideal. Não se esqueça também dos estacionamentos em fins de semana. Planeje, no mínimo, quatro taxas extras”, aconselha a especialista.

Combustível

Calcule o circuito que seu carro deverá percorrer no dia a dia. ” Os carros bicombustíveis são melhores por oferecerem a possibilidade de escolha“, indica Seabra. “Não se esqueça de fazer uma aproximação deixando um extra de consumo. Afinal, você vai estar com um carro novo e vai ter mais vontade de sair com ele”, acrescenta Tolotti.

Manutenção

Se o carro for zero quilômetro, a preocupação com a manutenção, teoricamente, não existe. Quem opta por seminovos ou usados, segundo a especialista em finanças para mulheres, deve ter recursos guardados para imprevistos. Se costuma levar seu carro para lavar com frequência, não se esqueça de incluir essas limpezas nos cálculos.

Importante é não se deixar levar

A forma de pagamento também influencia no poder de compra. “Mesmo quando a concessionária diz que existe a opção de comprar em 24 vezes sem juros, desconfie. Geralmente os juros são embutidos na taxa de abertura de crédito (TAC)”, ensina Seabra. O ideal é ter um bom montante para investir na entrada. “Juntando um bom dinheiro antes, com planejamento, dá para aproveitar melhor as promoções das concessionárias e negociar os juros da maneira mais vantajosa para você”, afirma Tolotti.

Segundo Peruzzo, o gasto com o veículo não deve ultrapassar 20% do orçamento. “Se você contar as outras despesas, como as com a casa própria, por exemplo, os gastos dentro da sua renda líquida podem chegar a 50%, sobrando apenas metade do salário para viver”, avalia.

Para muitos, o que está estacionado na garagem é significado de sucesso ou fracasso profissional. Por isso, deixam-se levar e investem mais do que podem. “Escolha um automóvel compatível com a sua renda. Não adianta querer um modelo muito mais caro do que se pode pagar e, depois, ter que viver no sufoco”, diz Peruzzo. Observar itens de segurança e fazer uma pesquisa de mercado são atitudes essenciais. “O carro simboliza muita coisa e envolve status. Por isso, não se deixe levar somente pelo design. Caso contrário, você estará comprando uma marca famosa que pode não caber no seu bolso”, alerta Tolotti.

Qual é o carro dos seus sonhos? Conta pra gente!