Consórcio, leasing ou CDC?

Está pensando em trocar de carro? Então, os ventos estão ao seu favor, especialistas afirmam que esta é a hora certa. Para o economista e engenheiro Luis Carlos Ewald, professor da FGV e autor do livro “Sobrou dinheiro!: lições de economia doméstica”, vivemos um excelente momento em nossa economia. “A oferta de carros cresceu bastante e a concorrência com os importados fez com que os preços caíssem consideravelmente. Somadas à facilidade de crédito, as circunstâncias são muito favoráveis para aqueles que pretendem trocar de carro agora ou comprar seu primeiro veículo“, explica.  Mas é na hora de fechar negócio com a concessionária que surge a velha dúvida: o que é mais vantajoso: leasing, consórcio ou financiamento? Se você já se fez essa pergunta, não se preocupe: não é a única! Saiba um pouco mais sobre essas três modalidades mais usadas atualmente para a aquisição de veículos.

CDC

Um levantamento da Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef), publicado no final do ano passado, mostra que 46% dos veículos comprados no país entre janeiro e setembro de 2010 foram através do CDC. Mas o que é o CDC?

Segundo informações no site da Anef, o Crédito Direto ao Consumidor é um financiamento oferecido por bancos e instituições financeiras para a aquisição de bens duráveis e de serviços, com prazos de pagamento que geralmente variam entre 3 e 48 meses, podendo chegar a 84 meses no caso de financiamento de automóveis. Possui taxas de juros fixas, estipuladas no momento da assinatura do contrato e não há a necessidade de o cliente dar um valor de entrada.

“Apesar da burocracia, o CDC dá mais liberdade no caso da troca do veículo no meio do financiamento ou da transferência de titularidade”, afirma o economista da FGV. Para ele, a grande vantagem da modalidade é que o cliente, ao assinar o contrato, já pode sair da loja de carro novo.

CONSÓRCIO

Criado na década de 60 por funcionários do Banco do Brasil com o objetivo de levantar dinheiro suficiente para a compra de carros para todos os participantes do grupo, o consórcio perde para as outras modalidades por causa de cobranças adicionais como taxa de administração, fundo de reserva, fundo comum e seguro, sem falar dos juros. “Além disso, ao contrário do CDC, no consórcio o participante tem que esperar ser sorteado para levar o carro para casa, o que pode acontecer no início do contrato ou ao longo de sua vigência, até o último momento”, acrescenta o professor Ewald. Para ele, esta modalidade é mais indicada para as pessoas que pretendem trocar de carro futuramente e precisam poupar. ” Não deixa de ser uma caderneta de poupança. Você vai pagando mensalmente e, quando tiver um dinheiro sobrando, pode dar um lance maior para tentar pegar o carro, como num leilão que ocorre todos os meses entre os participantes”, conclui.

LEASING

Já o leasing, ou arrendamento mercantil, tem muitas semelhanças com o aluguel, com a diferença de que o consumidor pode comprar o bem no final do contrato por um preço previamente estabelecido. Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Leasing (ABEL), ele funciona da seguinte maneira: o cliente escolhe um modelo de carro; o banco ou instituição financeira que oferece o leasing paga pelo carro e o “aluga” ao cliente por um prazo determinado. Ao término do contrato, o cliente pode optar por renovar o leasing, devolver o carro à operadora ou comprá-lo pagando o valor de mercado, menos as parcelas já pagas. Para o economista da FGV, esta modalidade é mais indicada para empresas que precisam renovar constantemente sua frota de veículos. “Acaba saindo mais barato para a empresa alugar os carros, substituindo-os por outros novos ao final do contrato”, comenta Ewald.

O educador financeiro Sérgio Seabra, autor do site Quero Ficar Rico, explica que o melhor mesmo é comprar o carro à vista para não pagar juros e evitar o acúmulo de dívidas. “Dessa maneira você ainda pode negociar um bom desconto com a concessionária. Mas, como essa realidade está bem distante da vivida pela maioria dos brasileiros, a saída é financiá-lo”. Ele adverte: “O mais importante é escolher uma instituição séria e sólida, idônea, que possa prestar um serviço de qualidade para o consumidor”.