As ruas e rodovias da cidade não são mais ocupadas apenas por veículos motorizados. Nos últimos anos, carros, ônibus, motos e caminhões ganharam a companhia das bicicletas, que estão disputando lado a lado espaço no asfalto. O apelo popular por um mundo mais consciente em relação ao meio ambiente fez mudar a cabeça de muita gente.
A designer Luciana Aguiar, que já participou de competições de bike pelo Brasil, usa a magrela para se deslocar no dia a dia. ” Ela é o meu meio de transporte. Chego mais rápido e não me estresso com o trânsito. Além disso, posso apreciar a bela paisagem do Rio”, comemora.
Mesmo fugindo do tráfego pesado, os ciclistas enfrentam muitos roblemas: carros e pedestres integram a lista de obstáculos. “Sempre que tem ciclovia, ando nela. Porém, em algumas situações, acabo pedalando na calçada, normalmente quando o trânsito é muito intenso e os carros estão em alta velocidade. E xistem lugares em que a calçada é compartilhada com ciclistas, como a da Rua Jardim Botânico, no Rio. Mas os pedestres não sabem e olham com cara feia”, diz Luciana.
” Calçada é lugar de pedestre e existe uma hierarquia no trânsito. Do mesmo jeito que os motoristas de carro precisam me respeitar, eu preciso respeitar os pedestres. Só ando na calçada quando é impossível andar na pista. E, mesmo assim, ando bem devagar”, continua a designer.
Apesar de estarem no Código Nacional de Trânsito, ainda existem motoristas que desconhecem regras como a de que os carros devem ficar a uma distância de 1,5 m do ciclista. Para o economista Thiago Lauriano termina aí o direito do ciclista e começa o do motorista. “Evidentemente o ciclista deve ser o reagente e não o agente principal do trânsito, aguardando a ação do motorista“, diz.
A estudante de História Isabela Leite costuma ir para a faculdade de bicicleta, mas também não deixa de pegar no volante. ” Como estou nos dois lados da moeda, sei o quanto um pode contribuir de positivo e de negativo. Um ciclista não deve andar entre os carros mudando sempre de direção, assim como um carro não pode espremer um ciclista na rua. Faço com os outros o que espero que façam comigo“, pondera.