O vídeo de um garotinho de 10 anos, dando sua opinião sobre os contos africanos em uma reportagem da emissora educativa TVT, bombou nas redes sociais. O motivo são as palavras surpreendentes ditas pelo menino, que dá uma verdadeira lição sobre racismo e comove até mesmo a repórter que o entrevista. As imagens foram veiculadas há cerca de dois anos, mas não deixaram de ser compartilhadas na web até hoje, principalmente porque o menino recebeu um prêmio importante como reconhecimento pela opinião que deu – e que serve como inspiração para qualquer pessoa.
Leia também:
- 14 expressões ABSURDAS que você fala sem se dar conta
- Saiba quais são os famosos que já sofreram discriminação
- Crianças vítimas de racismo podem se tornar adultos doentes, diz estudo
A reportagem de 2014 falava sobre o Projeto Leituraço, da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo. Gustavo opinava sobre a importância dos contos africanos, disse que eles trazem ensinamentos importantes para combater o preconceito e arrebatou a jornalista e até mesmo os coleguinhas do menino. “Acho que aprende a respeitar, aprende que ninguém vive sozinho, ninguém pode viver isolado. Todo mundo tem de estar em um conjunto, em uma equipe bem grande para a gente combater o preconceito, a fome, combater praticamente tudo. Porque tudo nesse mundo cria um debate, tem sempre alguém que vai ser racista, que vai ter uma opinião diferente, vai sempre ter alguém. Por isso que eu gosto de aprender alguma coisa para conseguir não debater com a pessoa, mas mostrar para ela como que é você ser negro, mudar o ponto de vista da pessoa”, afirmou Gustavo. “Você saber pedir, saber respeitar não é ser fraco. Ser fraco é você não pedir, não respeitar, não ajudar para não parecer fraco. Isso é ser fraco. Por isso nunca é bom ser arrogante com as pessoas, nunca é bom você tentar debater com a pessoa para deixar ela no chão. Você tem de fazer a pessoa ver o seu ponto de vista. Eu sou negro, mas tenho dois olhos, dois braços, duas pernas, dois rins, um pâncreas, um fígado, tudo o que você tem. Só muda a cor da pele e a personalidade, porque o caráter é a única coisa que quase nada pode mudar”, finalizou.
Veja a declaração comovente no vídeo.
Repercussão
A repercussão do vídeo foi tanta na época, que Gustavo participou de diversos programas de TV e foi colunista do jornal Folha de S. Paulo durante um mês. Um ano depois, aos 11 anos, o menino que cursava a sexta série no CEU Vila Curuça, no extremo leste de São Paulo, recebeu uma homenagem na categoria infantil do Prêmio Cidadão São Paulo. Além disso, o garoto também escreveu seu primeiro livro, “Meu Universo”, que é uma coletânea de poemas, todos de sua autoria.
Veja outra entrevista de Gustavo para a TVT falando sobre a obra e mostrando, mais uma vez, sua opinião forte que conquistou o Brasil.