Uma recente pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) mostrou um dado alarmante: quase 15% das gestantes brasileiras usam produtos abortivos. Ao estrevistar 4.856 grávidas de Porto Alegre, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo, Fortaleza e Manaus, os pesquisadores descobriram que os métodos mais utilizados para provocar o aborto são: chás de ervas (citados por 34,4% das mulheres), anticoncepcionais de alta dosagem (28,3%) e misoprostol (Citotec, 17%).
Os especialistas avaliaram também se essas substâncias estavam relacionadas a uma maior incidência de más-formações fetais. O misoprostol aumentou em 2,64 vezes o risco de o bebê ter anomalias congênitas, como problemas nos sistemas nervoso (meningomielocele e microcefalia) e musco-esquelético (pé torto). O medicamento afeta o desenvolvimento normal da vascularização do embrião ou do feto. Estudos indicam que de 50,4% a 84,6% das mulheres que interromperam a gestação utilizaram misoprostol.
O estudo não encontrou associação entre os chás abortivos e as anomalias fetais, embora essas substâncias sejam tóxicas. É bom lembrar que alguns defeitos neurológicos podem se manifestar apenas dias ou meses depois do nascimento do bebê.
Notícia da Folha Online





