A nova temporada do “Conversa com Bial” estreou na última segunda-feira (18) com um cenário um pouco diferente. Em casa por causa do isolamento social para conter o coronavírus, Pedro Bial entrevistou Glória Maria através de vídeo chamada.
Recém-recuperada de um tumor na cabeça, Gloria afirmou estar em quarentena há mais tempo e começou o bate-papo com Bial contando, com detalhes, seu processo de cura, do diagnóstico ao tratamento.
Glória Maria fala sobre descoberta do tumor
A pandemia do coronavírus nos colocou em uma situação de isolamento desde março, mas segundo Glória Maria, a quarentena, para ela, começou em novembro do ano passado, quando ela descobriu um tumor na cabeça.
“Ela na verdade me pegou lá atrás, em novembro, quando eu fiz a minha cirurgia, quando eu descobri de repente, do nada, que eu tinha um tumor no cérebro”, contou a jornalista.
E quando Gloria usou a expressão “do nada”, ela quis dizer que a descoberta foi literalmente ao acaso, já que após sofrer uma queda em casa, a jornalista foi para o hospital para fechar o ferimento na cabeça e saiu de lá com o pior diagnóstico possível: um tumor no cérebro.
“Foi do nada, eu caí em casa depois de um jantar, fui para o hospital costurar a cabeça e quando eu vou ver o exame, me dão o resultado: ‘Olha, você está com um tumor no cérebro’. ‘Como assim, eu? Esse exame está trocado, não é meu, não pode ser!’.
Dona de um repertório incrível de entrevistas, ela contou que quando recebeu a notícia, uma, em especial, veio à cabeça na hora e traduz bem o que ela sentiu no momento.
“A imagem que me veio à cabeça na hora, foi uma entrevista que eu fiz com o Minotauro, no Japão. Eu perguntei por que ele escolheu a luta e ele me contou que quando ele era muito pequeno, foi atropelado por um caminhão ‘jamanta’, que ele foi quase que totalmente destruído pelo caminhão e que ficou meses no hospital e anos fazendo fisioterapia. Aquela imagem, de uma criança sendo atropelada por um caminhão, nunca saiu da minha cabeça e eu me senti assim, atropelada por um caminhão”.
A jornalista disse que ficou em choque, paralisada e que nem conseguiu chorar diante do diagnóstico dado pelo médico naquela noite.
Tratamento
O primeiro passo foi realizar uma cirurgia para a retirada do tumor e, depois, fazer algumas sessões de radioterapia. Ainda muito anestesiada com o que estava vivendo, Glória fez o que sabe fazer de melhor: registrar os fatos.
Logo após o término da primeira sessão de radioterapia, ao sair da máquina, ela gravou, de maneira muito jornalistica o que estava vivendo: “Descobrindo um mundo totalmente diferente, sem precisar carimbar passaporte, essa, é a minha vida!”.
Ao exibir esse vídeo gravado por Glória Maria, ele perguntou de onde surgiu a ideia de registrar o tratamento daquela maneira e ela respondeu que aquela tecnologia parecia ficção científica.
Era realmente uma viagem desconhecida, sem passaporte, pensei: ‘Eu tenho que registrar isso, eu não sei se eu vou sobreviver a tudo isso'”, contou a jornalista.
Mas, como disse Glória, graças a Deus ela sobreviveu e contou que, agora está terminando a imunoterapia, tratamento que ajuda o sistema imunológico a atacar as células cancerígenas.
“Eu não sabia se eu ia escapar da radioterapia, mas graças a Deus eu escapei. Já estou terminando a imunoterapia. Como? Eu não sei, só Deus sabe!”.
