Paris Hilton e o Prosecco. E se a moda pega? Uma reportagem sobre o recém-divorciado Sarkozy e o seu anunciado casamento com a modelo e cantora Carla Bruni deveria conter também uma advertência: “O casamento pode ser prejudicial à sua saúde”.
Ou sobre as biografias da ex-mulher de Sarkozy, sempre apimentadas com as histórias de seu caso com um publicitário. Como terminaríamos uma matéria a respeito? “Maridos: evitem ser chifrados”. Ridículo!
Hilton aparece nessa campanha como sempre: com roupas minúsculas e até nua e toda pintada de dourado, lembrando a loura de Goldfinger, um dos filmes de James Bond
As matérias sobre políticos deveriam ser acompanhadas por avisos como: “Atenção, políticos podem causar apoplexia”. As placas nas estradas também poderiam avisar: “Muito cuidado: estrada consertada pelo governo”.
E se os jornais franceses apenas reproduzissem a Marselhesa, o hino nacional francês: “Aux armes citoyens! Formez vos bataillons! Marchons, marchons, Qu’un sang impur abreuve nos sillons”. Seria uma incitação à violência e à ordem pública? Seriam multados também?
As matérias sobre a modelo (e celebridade) Paris Hilton promovendo anúncios de uma empresa de bebidas austríaca, a Rich Prosecco, também mereceriam cuidados. Vamos lembrar que a bisneta do fundador da cadeia de hotéis de mesmo nome conseguiu os seus 15 minutos de celebridade com um filme de TV fazendo sexo com seu namorado. Não processou ninguém. Deu certo e os 15 minutos estão se estendendo. A moça já tem uma bagagem invejável como atriz, cantora e modelo. Conhece bem o métier.
Hilton aparece nessa campanha como sempre: com roupas minúsculas e até nua e toda pintada de dourado, lembrando a loura de Goldfinger, um dos filmes de James Bond. Veja aqui.
Ela é o pulo do gato da empresa austríaca para vender um prosecco (uma uva italiana de origem, responsável por famosos espumantes) em três versões: um com sabor maracujá ( Rich Passion), outro de cassis e morango ( Rich Royal) e o terceiro de prosecco propriamente dito.
Os anúncios falam de um “drinque perfeito para começar a noite ou para um prazer especial, um prêmio ao final do dia”.
Já viram que não se trata de vinho, mas de marketing. Não entendo porque os produtores italianos do prosecco autêntico estejam uma fera. Vociferam contra o produto austríaco.
Acham que ele (vem numa latinha) pode deformar a imagem do espumante original. Penso que eles deveriam parar de protestar e contra-atacar com uma campanha educativa, demonstrando as qualidades do espumante original.
Caso contrário, terão de protestar também contra o Marilyn Merlot, um sucesso de vendas nos Estados Unidos. Ou os vinhos da Madonna, sem falar do rótulo da atriz pornô norte-americana Savanna Samson, o Sogno Uno, italiano legítimo, feito pelo enólogo Roberto Cipresso – e elogiado (o vinho) até pelo imperador dos críticos, Robert Parker. Ninguém ficou desesperado com possíveis danos às imagens dos vinhos norte-americanos ou italianos, para ficar apenas nos exemplos acima.
Mas voltemos ao problema da censura, a sarna que os franceses ameaçam espalhar pela imprensa mundial. E se a moda pega?
As matérias sobre lançamento do Rich Prosecco da Paris Hilton deveriam incluir também uma advertência, como “Melhor beber com camisinha”, tal é a folha corrida da modelo?
Amiga, continue lendo as folhas sem moderação. Em caso de dúvidas, clique aqui para o Bolsa ou para a Soninha, no [email protected]
Da Adega
Casillero del Diablo com tampa de rosca . A conhecida marca segue agora uma tendência renovadora e troca as tampas de cortiça, pelas “screwcaps”, de rosca metálica, nos vinhos brancos (Sauvignon Blanc). A nova versão chega ao mercado brasileiro ainda este mês.
A marca, que no Brasil é comercializada pela multinacional Pernod Ricard, está promovendo a substituição da cortiça por tampas de rosca metálica apenas nos seus vinhos brancos. As de cortiça permitem um acesso mínimo de oxigênio que favorecem mais à evolução dos tintos.
Essa característica, contudo, é indesejável para os brancos, afetando em particular os seus aromas. O Casillero del Diablo é um dos carros-chefe da famosa vinícola chilena Concha y Toro e uma lenda, origem do seu nome, alimenta a sua história. Saiba mais aqui .
Mais informações pelo SAC 0800 014 2011 ou pelo site da Pernod Ricard .
Sou insuportavelmente otimista . Não sei como foi possível. Mas ontem bateu um motoqueiro da ECT na minha porta com um elegante embrulho cor-de-rosa. Achar a minha casa, aqui em Secretário, gente, é como conseguir entrar no Uzbequistão e chegar a Samarcanda, a cidade do Tamerlão, por onde esteve Marco Polo. O embrulho continha uma caixa também cor-de-rosa abrigando uma belíssima garrafa de cava rosé e duas belas flutes de cristal. Um gesto gentilíssimo do pessoal do Bolsa, que me classificou como no título acima. Estou insuportavelmente grata. E preocupada com o motoqueiro. Será que conseguiu voltar?