Mulheres que se superam > Vencendo a balança

Tudo começou com uma consulta ginecológica de rotina, mas fora do comum: a médica de Aline Antunes (foto), de 26 anos, estava viajando e ela foi em outra, que encontrou no livro do plano de saúde: “não sei se foi acaso ou destino, mas ela interferiu no rumo da minha vida, como ninguém jamais fizera antes”. Aline tinha 25 anos e estava gorda, muito gorda. “Há anos eu não subia numa balança, e quando ela disse que precisava saber o meu peso, para os exames, eu falei: “tudo bem, mas não me diz quanto é”. “Cento e dez quilos”, ela falou, na lata.” Médica e paciente se olharam surpresas, e Aline caiu pesadamente na cadeira. Aquele foi o início de uma longa jornada e um forte elo entre duas mulheres. “Ela me fez questionar vários pontos da minha vida, “onde você quer chegar desse jeito? Você tem só 25 anos, vai parar aonde?”, me perguntou. Realmente, eu nunca tinha pensado seriamente no assunto, e se continuasse do jeito que estava, não sei o que teria acontecido.” Aline saiu da clínica abalada e nocauteada. “Mais que uma ginecologista, ela foi uma psicóloga, e abriu portas que estavam trancadas a sete chaves dentro de mim.” Ao chegar em casa, anunciou ao marido: “vou emagrecer”.

Ninguém nunca duvidou que Aline conseguisse, e talvez esse tenha sido o grande incentivo para que ela mesma acreditasse. “Além do meu marido, minha mãe e meu pai também me ajudaram muito e isso foi fundamental. Mudei toda a minha alimentação, nada mais de hamburguers no meio da tarde, nem de porcarias fora de hora. Cortei todos os excessos, fechei a boca mesmo. Comecei a caminhar, a colocar o corpo em movimento. Eu era muito sedentária.” Tinha dias que ela chorava de desespero: “sentia muita fome, no início, achava que não ia conseguir.” O processo todo durou um ano, e o resultado foi impressionante: “emagreci 46 quilos. O engraçado é que, no começo, eu continuava a usar roupas largas. Aí um dia, fui trabalhar com um modelito mais justo, e foi aquele auê, derrubei o queixo da galera. As pessoas notavam que o meu rosto estava mais fino, mas não sabiam o quanto.”

Hoje, Aline Antunes não come mais doce durante a semana, não tem tomado tanta cerveja como era hábito, substituiu tudo por salada, carne branca, verduras. “Bebo também muita água, coisa que não fazia antes”, diz ela. Bonitona, mantém seus 64kg em 1,75m com muito orgulho: “não é fácil encarar um regime, menos ainda ser gordo. As pessoas têm um certo preconceito, não adianta negar. Hoje me olham diferente, e eu me sinto mais bonita, mais leve, mais saudável. Fez bem pra minha saúde e para o meu ego. Eu adorei, e meu marido, não preciso nem dizer, né? Gamou!”