O glamour de Mônaco

Com apenas dois quilômetros quadrados, o Principauté de Mônaco é um dos menores e mais prósperos da Europa, além de usina dos sonhos que povoa o imaginário do mundo: o casamento do Príncipe Rainer com Grace Kelly fez a delícia da mídia por muito tempo. E a família real sabe o que é manter-se no noticiário. Todo o tipo de escândalo já rondou a casa dos Grimaldi. Assim, o principado continua assunto nos salões de cabeleireiros de todo o mundo e mantém aceso seu charme, pois turismo e jogo são suas principais fontes de renda.

Um milhão de visitantes por ano joga nos cassinos. A segurança é total: câmaras de vídeo monitoram as ruas e, ao menor sinal de qualquer problema, as fronteiras se fecham em segundos. Quem quiser jogar no Cassino de Monte Carlo tem que ter 21 anos e pagar entrada de 50 francos. Uma curiosidade: os monegascos e a família real não podem jogar. Outra: dos 30 mil habitantes, só cinco mil são monegascos. Os lá nascidos, com pais de outras nacionalidades, tomam a nacionalidade dos pais. As mulheres estrangeiras só adquirem a cidadania dos maridos depois de cinco anos, o que nunca acontece com homens casados com monegascas. Tantos obstáculos se justificam pela prosperidade do país, onde os nacionais não pagam impostos e os salários são 10% maiores que os da França. O salário mínimo é de cerca de 1.000 dólares, e só monegascos podem trabalhar nos cassinos, com boa participação nos lucros. Não há desemprego, a saúde e a educação são asseguradas pelo Estado. Por isso, a maioria da população é apenas residente – status que também não é fácil de conseguir.

Ganha-se bem, mas gasta-se muito. Comprar qualquer coisa lá é loucura. Além de fazer uma fezinha nos cassinos, os comuns mortais podem fazer muitas coisas, e uma das mais pitorescas é ver a troca da guarda do Palácio Real, com todo aquele empolado cerimonial. Continência de um lado, passo de ganso de outro, ao som da corneta da caserna todos os turistas comparecem. No dia da Festa Nacional – dia do santo de quem estiver no poder – em cada janela do palácio aparece um membro da família real.

Depois da troca da guarda, é hora de fotografias na amurada da qual se tem deslumbrante vista da baía, onde estão ancorados iates que parecem transatlânticos. Se o dia estiver claro, não dá para não se extasiar. E, como a temperatura oscila entre 35º no verão e 10º no inverno, não é difícil um dia de sol.

As atrações são muitas. No Museu Nacional, veja a interessante coleção de 400 bonecas: algumas tocam piano, um Pierrô escreve à sua Colombina, há um macaco que fuma e bonecas da época de Napoleão, com movimentos tão perfeitos que parecem vivas. Para lembrar a princesa Grace, pode-se visitar seu túmulo e o jardim de rosas criado em sua memória. Já o Museu Oceanográfico é uma viagem pelo mundo submarino, com imensos aquários e peixes exóticos, inclusive piranhas do Amazonas. O Grand Prix de Fórmula 1 é presença forte e o circuito percorre por 78 vezes a costa, até completar 3,5 km.

No mais, dizem que Stéphanie não se dá bem com Caroline, e que esta tem medo que o filho seja atropelado na linha de sucessão pelo sobrinho. Dizem também que o príncipe Rainer nunca foi flor que se cheire e fez a princesa Grace infeliz. Dizem isso, dizem aquilo. Falem mal, mas falem de mim, pensam os monegascos. Mas venham nos visitar. E tragam seus dólares!

Serviço:

Como chegar: Não há vôos diretos para Mônaco. É necessário fazer conexão em Paris para Nice, a 35 km do Principado, onde se chega de táxi, ônibus ou helicóptero.

Onde ficar: Hermitage (cinco estrelas), Beach Plaza (quatro estrelas), Abela (três estrelas). Reservas no Brasil pela Utell: 0800-119131.