Mesmo em suas respectivas casas, Manu Gavassi e o padre Fabio de Melo se juntaram nesta terça-feira (5) no “Encontro” e falaram um pouco sobre suas experiências com períodos em que sentem necessidade de se isolar. Após o “BBB”, Manu passou por isso – e o padre disse compartilhar dessa urgência de tempos em tempos, dando uma lição ao afirmar que não há nada de errado em considerar isso uma fraqueza.
Padre Fabio fala de afastamento em prol da saúde mental
Finalista do “Big Brother Brasil 20”, Manu saiu do programa diretamente para a realidade da pandemia de COVID-19 e sem saber o que havia sido falado dela durante o reality. Com isso, ela passou três dias “sumida” da internet, algo que chegou a preocupar seus fãs. Agora, porém, ela está de volta, e explicou à apresentadora Fátima Bernardes que precisou de espaço e tempo para se situar nos últimos dias.

“Acho que foi uma atitude bem responsável do programa passar para a gente a informação do corona[vírus] de uma maneira mais tranquila porque se não ia causar um desespero geral dentro da casa, mas eu não fazia a menor ideia do nível que estava, quais eram os cuidados, tudo. Eu precisei de um tempinho para entender primeiro o que estava acontecendo no mundo e depois a proporção que o programa tomou”, afirmou.
Em seguida, Fátima perguntou a Fabio o que ele achava sobre essa necessidade periódica que muitas pessoas têm de “pausar” a vida e, segundo o padre, ele mesmo sente isso de tempos em tempos. “Eu acredito que de vez em quando a vida nos coloca num ‘paredão’ […] e todo o processo de desconstrução você faz ali, né… Eu acredito que a dinâmica da vida, Fátima, a gente vive melhor à medida que aceita os processos de desconstrução, que são absolutamente necessários”, disse ele.

Conforme explicou Fabio – que nunca escondeu suas dificuldades ligadas à saúde mental –, não faz muito tempo que ele precisou desse isolamento. “Sinto que o momento mais difícil da minha vida, que foi há dois anos e meio […], eu tive uma necessidade muito peculiar, muito urgente de ficar ‘em mim’. Acho que o que me adoeceu foi o excesso de saídas”, disse o padre, que lida com depressão e crises de pânico.
Fabio disse ainda que, apesar de aceitar seus deveres como padre, a vida de pessoa pública religiosa muitas vezes pode exigir bastante. “Sou muito solicitado o tempo todo. Sou solicitado a ter uma postura às vezes muito pronta, fruto de uma construção histórica em que o padre acabou sendo essa figura muito pronta, aquela pessoa que estava nos velórios sem nunca chorar, aquela pessoa que nunca podia manifestar publicamente suas ansiedades, conflitos”, afirmou ele.

Questionado por Fátima se isso era considerado uma fraqueza, ele confirmou – e afirmou que, na realidade, é mesmo uma fraqueza. “Na verdade, é uma fraqueza, e por que não dizer que a fraqueza também é bonita? Há um encanto na fraqueza, né?”, disse ele, reforçando que, nestes momentos de desconstrução, tentar seguir a vida de pessoa pública pode atrapalhar os processos.