Paternidade tardia

Gravidez em idade avançada gera um grande risco para a mamãe e o bebê. Disso a maioria das pessoas já sabe. Mas e o homem, será que também passa por esse problema quando fica mais velho? Segundo o geneticista Roberto Muller, sim. Acima dos 50 anos, quem se torna pai pode enfrentar uma série de complicações com o bebê.

“A idade pode ser um fator que contribui para a mutação genética, podendo desencadear problemas para o feto, que pode nascer com acondroplasia (nanismo) ou neurofibromatose (conhecida como Doença de Von Recklinghausen, se manifesta por tumores e manchas na pele) e pode ainda ter alterações neurológicas e deficiências mentais”, conta o especialista, que explica por que isso acontece.

“Nas mulheres, existe problema na separação dos cromossomos. Esse mecanismo fica mais frouxo com o passar do tempo e pode acontecer de o cromossomo não ir para o lado certo. Isso pode, mais comumente, gerar Síndrome de Down, que é quando, ao invés de apresentar os certos 46 cromossomos divididos em 23 pares, o neném possui 47, um a mais, que fica ligado ao par 21. Já nos homens, o que acontece são problemas estruturais dos cromossomos, que começam a quebrar, podendo ter mais ou menos quantidade dentro da célula, o que causa mutação nos genes”.

Se o pai e a mãe já estiverem em idade avançada, o risco é ainda maior. “Casos de mulheres ou homens mais velhos tendo filho sempre precisa de um acompanhamento médico adequado. Se ambos forem mais velhos, então, é preciso de ainda mais cuidado, uma vez que os dois problemas se juntam”, alerta Muller.