Programa troca material reciclável por alimentos e até cursos: conheça ideia transformadora

Com o objetivo de melhorar a vida de outras pessoas, muitas mulheres se dedicam a empreender em prol de objetivos sociais. Apesar de enfrentarem diversos desafios, principalmente na fase de implantação dos projetos, elas acreditam em seus negócios e se empenham para melhorar o cenário social no Brasil.

Como exemplo dessa força de vontade, conheça e se inspire com a história de Claudia, fundadora da SO+MA, que tem como principal objetivo transformar realidades de centenas de pessoas de baixa renda.

Como começou a empreender

Claudia Pires, fundadora da SO+MA, tem 45 anos e, mesmo nascendo em uma família de empreendedores, demorou a perceber que queria seguir pelo mesmo caminho de seus pais. Formada em publicidade e ciências sociais, ela passou 16 anos atuando no mundo corporativo até sentir a necessidade de fazer algo maior: “Trabalhei em grandes empresas gerenciando projetos para torná-las mais sustentáveis e, em determinado momento, percebi que queria expandir meus horizontes. Eu tinha certeza que queria trabalhar com algo voltado a marcas e sustentabilidade, mas não sabia bem como seria o formato disso”.

Em 2013, Claudia decidiu se desligar da empresa para iniciar essa transição e começou a trabalhar em uma consultoria focada em comunicação e sustentabilidade: “Apesar de ter participado de projetos incríveis na consultoria, eu ainda ficava frustrada porque eu gosto mesmo é de colocar a mão na massa e ver as coisas acontecerem”, relembra.

O projeto SO+MA

Com o projeto SO+MA pré-desenhado, Claudia, que nunca tinha pensando em empreender, decidiu tirá-lo do papel e colocá-lo em prática. “Eu me sentia insegura por conta da minha idade, por não ser tão ligada à tecnologia, mas lendo um artigo em que dizia que por trás de todo empreendedor jovem existia alguém com mais experiência, eu vi que era capaz.”

“Não era algo que eu tinha planejado, mas hoje eu vejo como empreender tem muito a ver com o que eu gosto e com a minha personalidade. Eu sempre quis fazer coisas diferentes e nunca deixei essa voz falar tão alto em mim como agora”, revela Claudia.

A SO+MA é um programa de vantagens, que nasceu no final de 2014, com o objetivo de ampliar as oportunidades das pessoas de baixa renda, estimular hábitos sustentáveis e gerar renda. No programa, as pessoas trocam resíduos recicláveis por pontos que, posteriormente, podem ser trocados por alimentos, produtos de higiene, cursos de cabeleireiro, corte de costura, inglês, entre outros. “A ideia é somar esses dois universos e mostrar que suas atitudes podem te proporcionar boas oportunidades na vida”.

Segundo Claudia, participar de todo o processo foi fundamental para que ela pudesse, de fato, imergir neste novo universo: “Eu ia até o lugar da reciclagem, ouvia as pessoas para entender de que forma poderíamos ajudar a desenvolver economicamente essas comunidades”, declara a empresária.

Impacto social

Para Claudia, sua maior missão é descobrir pessoas incríveis que existem em comunidades de baixa renda e desenvolvê-las para que elas também possam ter a chance de empreender. “Além do programa de vantagens, a casa SO+MA, juntamente com a cooperativa de catadores da comunidade, incentiva seus membros a aprenderem e entenderem o ponto de coleta como um negócio para que, no futuro, sejam capazes de geri-lo sozinhos”, conta.

Atuando na região do Capão Redondo e do Grajaú , em São Paulo, e lançando novas unidades em Curitiba, no Paraná; em Salvador, na Bahia; e na Cidade Tiradentes, na zona leste da capital paulista; a meta da SO+MA é atender até duas mil famílias em todas essas regiões, proporcionando um equilíbrio que trará para a cooperativa um negócio autossustentável: “Nosso olhar se volta a como podemos somar esses diferentes ecossistemas para desenvolver economicamente essas comunidades”, comenta Claudia.   

Incentivando outras mulheres

“Uma das coisas que mais me direciona é não ter medo de errar. Eu olhei o que estava pesando mais, que era minha vontade por mudanças, e decidi tomar uma decisão. Acho que o fundamental para quem deseja empreender é se planejar e não agir por impulso. Infelizmente, o ser humano tem mais medo de perder do que vontade de ganhar e é isso que precisa ser mudado. Para quem tem vontade de começar, eu aconselho dar menos luz no perder e colocar um holofote onde no que irá ganhar, assim, você vai ter muito mais força de vontade”, finaliza a empreendedora.

Itaú Mulher Empreendedora apoia, conecta, inspira e informa empreendedoras do Brasil, favorecendo a troca de experiências, a expansão da rede de contatos e o conhecimento, auxiliando-as na evolução de seus negócios. Conheça mais histórias inspiradoras no site.