Recibo de amor > Só casando!

Na contramão

Se na década passada morar junto era desculpa para fugir do altar, hoje faz parte da realidade de casais sérios e apaixonados. O juntar saiu da informalidade para configurar um comportamento dos nossos tempos. Mas mesmo com todos os incentivos legais, conquistadas com o Novo Código Civil, ainda tem muita gente – especialmente na ala feminina – que faz questão de ir até o fim com a papelada. Após cinco anos de namoro, a assessora financeira Adriana Braga resolveu: iria morar sozinha. O analista de sistemas Flávio Fonseca, na época seu namorado, mais do que depressa se adiantou. Queria morar junto com a companheira. Decidida, Adriana bateu o pé. “Disse que só íamos morar juntos depois que nos casássemos. Foi aí que começamos a pensar no assunto”, recorda Adriana.

A assessora não nega a vontade que tinha de se casar. “Apesar de um papel assinado não ser garantia de felicidade, acho importante definir a relação. Minha família também cobrava um pouco, eles sentiam falta da formalização”, explica. Casada há seis anos, Adriana, hoje com 36 anos, não se arrepende da decisão. “O casamento foi um marco no nosso relacionamento. Principalmente porque o Flávio havia morado junto antes, e tido um filho dessa outra relação. Comigo, ele achou importante casar. Nossa relação era legal desde o início do namoro, mas o casamento nos uniu ainda mais. Foi uma decisão importante para nós dois”, conta.

Casar pode até estar fora de moda, mas uma coisa é certa. O casamento foi criado pelo homem para suprir uma necessidade: a de assumir compromissos. A psicóloga Silvana Martani explica. “Precisamos do casamento para nos sentir seguros, tanto afetiva quanto emocionalmente. E o papel tem força de compromisso formal. Ajuda a formalizar na prática, assim como na sua cabeça. O ser humano bolou o casamento para simbolizar a união. É a formalização de um compromisso emocional, um marco. Mas morar junto não desmerece as relações. Todas têm sua simbologia, seja o dia em que se leva a escova de dentes, ou a calcinha para a casa do parceiro. Casar ou juntar é opção do casal”, finaliza a psicóloga.