Os opostos costumam se atrair de forma muito extasiante e rápida, como dois polos, o positivo e o negativo, que se juntam automaticamente. Segundo a psicanalista Taty Ades, isso ocorre porque queremos ter aquilo que não possuímos e que vemos no outro. “Normalmente as pessoas se encantam mais pelo que é diferente. temos a errada sensação de que o parecido não irá nos acrescentar e o diferente sim. A necessidade de viver momentos com alguém que seja mais extrovertido, dinâmico, ou qualquer atributo que não possuímos, irá, sem dúvida, atrair, pois estar com alguém é sempre estar completando em nós o que não temos. Mas o empo mostra que o que ocorre é justamente o contrário. Caso o casal não saiba lidar com as diferenças, essa atração pode ser perigosa, e o que antes parecia fantástico no outro, pode se transformar em raiva e desilusão”, afirma.
Por outro lado, se relacionar com alguém parecido garante mais tranquilidade e menos conflitos, mas não significa necessariamente que a relação irá dar certo ou que será melhor. “O casal que tem os mesmos gostos, a mesma geração, metas em comum, tem mais chances de levar uma vida sem conflitos, pois enxerga de forma semelhante, pensa parecido e coloca em prática uma rotina de vida em comum”, diz.
Ser parecido demais também tem um lado ruim. “O ser humano, em sua complexidade, sempre irá querer sentir o ‘diferente’, e o perigo é que a falta de estrutura emocional e falta de diálogo faça com que uma das partes busque esse diferencial fora do relacionamento”.
No caso dos casais opostos, a psicanalista explica que, com o tempo, lidar com as diferenças se torna desgastante e, se não forem conversadas, se os limites não forem estabelecidos, essas diferenças podem causar brigas, conflitos e separações. Após o período em que há o término da paixão, o outro passa a ser visto com mais clareza e o que antes agradava profundamente pode passar a ser desgastante e até insuportável”, diz.
Um casal diferente demais pode ter problemas inclusive na educação dos filhos, pois cada um irá querer ensinar dentro da sua concepção de certo e errado. Nesses caso, o ideal é que façam um plano de educação bem traçado, sabendo estabelecer valores e exemplos bons para os filhos.
Mas seja entre os casais parecidos ou entre os diferentes, fato é que não existe uma fórmula de relacionamento ideal. O mais importante é saber entender o outro dentro de sua complexidade e perceber se ele outro te trará paz e felicidade. “Não adianta sentir o coração bater a mil e, no dia seguinte, se encontrar na cama chorando porque o outro mais uma vez te decepcionou ou não te compreendeu. É preciso ter equilíbrio, estabelecer metas em comum, ter gostos iguais (não todos, mas encontrar alguns), fazer do relacionamento algo pacifico, entendendo os limites do outro e não entrando numa guerra de poder, dominação e submissão. O equilíbrio é a chave para tudo, sejam s pessoas envolvidas parecidas ou não”, finaliza.