Pesquisa aponta que metade das brasileiras fica desempregada três anos após o parto

Inúmeras pesquisas, de instituições diferentes, demonstram a desigualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho. Em média, as mulheres trabalham 55,1 horas por semana, levando em conta os afazeres domésticos, que são considerados trabalho não remunerado. Enquanto isso, os homens trabalham 50,5 horas.

Mesmo trabalhando cerca de 5 horas a mais por semana, elas recebem em média 76% do que um homem recebe para exercer a mesma função.

O que ainda não estava tão claro eram como fatores como a gravidez poderiam influenciar. A  licença-maternidade existe, no Brasil, há muitos anos, mas como as empresas enxergam as mulheres que são mães na prática? 

Desemprego após licença-maternidade

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Em pesquisa da FGV (Fundação Getúlio Vargas), pesquisadores analisaram quais são as chances de as mulheres ficarem desempregadas depois de engravidar. Entre as idades de 25 a 35 anos, foram estudadas 247 mil mulheres.

Os resultados mostraram que entre os dois e três meses após o parto, não existe chance de desemprego, mas depois disso os índices começam a crescer.

No 4º mês, a chance vai para 5% e cresce até mais de 10% no mês posterior. Depois de um ano, os índices voltam a estabilizar.

O que mais chocou é que depois disso, o quadro muda completamente: quase metade das mulheres que tiveram filhos só consegue permanecer no trabalho até 3 anos. 

 Licença-maternidade no Brasil

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O direito da mulher de ter licença-maternidade surgiu em 1943, junto com a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). Quando foi criada, tinha que ser paga pela trabalhadora e só permitia 84 dias afastada. 

Atualmente, é possível ter 120 dias de licença, com remuneração, além de terem a segurança de não serem dispensadas, já que só é permitido demitir uma mulher que acabou de ter um bebê 5 meses depois do parto. O fator, porém, gera insegurança. 

Direito das mulheres