Só dá elas: da abertura ao ouro, mulheres mostram poder feminino nas Olimpíadas

por | ago 8, 2016 | Empoderamento

“Futebol é coisa de menino”, “mulher não tem força”, “lutar é para homens”. Se todo mundo já sabia que essas frases estavam totalmente erradas, agora é para ter certeza de vez e acabar com qualquer argumento que contrarie o fato de que as mulheres podem ser e fazer o que elas quiserem. São elas que estão roubando a cena nas Olimpíadas do Rio: desde Anitta e Karol Conká na abertura dos jogos, até o primeiro ouro do Brasil na competição.

Mulheres nas Olimpíadas do Rio

Anitta na abertura dos jogos

Anitta gerou polêmica desde que seu nome foi anunciado como uma das atrações. Alguns disseram que, por cantar funk, ela não estaria representando a cultura brasileira, enquanto outros defenderam sua participação por ser uma mulher, vinda da periferia e que conquistou seu espaço profissional, além de algumas músicas da Anitta tratarem de poder e liberade sexual. O que muita gente não sabia é que o nome de Anitta foi uma sugestão de Caetano Veloso, um dos maiores representantes da música do país, que, ao recebere o convite para se apresentar na abertura das Olimpíadas sugeriu que ela cantasse ao lado dele e de Gilberto Gil. Ela fez bonito, mostrando que é eclética ao interpretar o clássico “Isto aqui, o que é?”, de Ary Barroso.

Gisele Bundchen

A top model brasileira Gisele Bündchen cruzou a maior passarela de sua vida, com 128 metros. Ao som da música “Garota de Ipanema”, de Tom Jobim, interpretada por seu neto Daniel Jobim, ela desfilou no Maracanã representando a beleza da mulher brasileira. “Foi muito emocionante fazer parte deste momento tão especial. Todos trabalharam com tanta dedicação e paixão para mostrar um pouco da nossa história e essência. E o fizeram tão lindament. Energia indescritível”, disse ela em seu Instagram. 

Karol Conká e MC Sofia

As cantoras Karol Conká e MC Soffia, embora sejam de gerações diferentes, têm uma característica em comum: as duas fazem músicas sobre o empodramento feminino e, principalmente, o empoderamento negro. Lindas, cheias de estilo e autoestima, as duas estavam com figurino igual e combinando até mesmo nos cabelos com dreadlocks cor de rosa. O rap “Toquem os tambores” foi cantado enquanto imagens de capoeira e break eram apresentadas.

Yane Marques

A atleta do pentatlo moderno Yane Marques, que conquistou uma medalha de prata na Olimpíada de Londres em 2012, foi a escolhida para ser a porta-bandeira da delegação brasileira. Mesmo praticando um esporte pouco conhecido no país – o pentatlo reúne esgrima, natação, hipismo, atletismo e tiro esportivo – ela foi eleita por uma votação pública com 49% dos votos, superando Serginho do vôlei (40%) e Robert Scheidt da vela (11%). Foi a segunda vez que uma mulher conduziu a bandeira do Brasil em uma Olimpíada. A primeira foi Sandra Pires, do vôlei de praia, em 2000.

Futebol feminino

Ao contrário do futebol masculino, que nos primeiros jogos ainda não marcou sequer um gol, as mulheres seguem dando show de bola em campo. Em dois jogos foram 8 gols (3×0 contra a China e 5×1 contra a Suécia). Por causa disso, nas redes sociais as pessoas começaram a usar a expressão “jogue como uma mulher”, mostrando que, apesar de serem menos valorizadas e com remuneração bem menor, dentro de campo elas ganham de goleada!

Marta

O grande destaque é a atacante Marta, camisa 10 e capitã da equipe. Melhor jogadora da história do futebol feminino do Brasil, ela está disputando sua quarta Olimpíada e tem uma medalha de bronze (Pequim 2008) e uma de prata (Londres 2012). Reconhecida interncionalmente, já ganhou 5 vezes o prêmio Bola de Ouro, que elege os melhores do mundo. Ela é também a maior artilheira da história das seleções de futebol, incluindo a masculina, com 100 gols, superando Pelé, que fez 95. 

Cristiane

Ao lado de Marta, outro grande nome da seleção feminina é Cristiane, que se tornou a maior artilheira do futebol olímpico mundial, entre homens e mulheres. Ela chegou a 14 gols em 15 jogos nas quatro Olimpíadas das quais participou. O recorde anterior pertencia o dinamarquês Sophus Nielsen, que fez 13. Lesionada na coxa esquerda, Cristiane deve ficar fora do próximo jogo e ainda não há uma posição sobre a continuidade de sua participação nessa Olimpíada.

Ginástica Artística

Com apenas 16 anos e 1,33 m de altura, a ginasta Flávia Saraiva conquistou o público com seus saltos e piruetas e se tornou a nova queridinha da torcida. Com uma nota alta na prova da trave, ela ajudou a equipe brasileira a se classificar para as finais e foi aplaudida de pé!

Ouro no judô

A primeira medalha de ouro do Brasil na Olimpíada 2016 foi conquistada por uma mulher. Antes da conquista, você sabia quem era Rafaela Silva? Uma heroina quase invisível, ela tem 24 anos, é negra, nascida na comunidade da Cidade de Deus, uma das mais pobres e violentas do Rio de Janeiro, e teve a vida transformada pelo esporte aprendido em um projeto social. Depois de ter sido insultada e humilhada após a eliminação nas Olimpíadas de Londres em 2012, deu a volta por cima e subiu ao topo do pódio!

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