A gente acaba desenvolvendo um carinho especial por certas roupas e, às vezes, nem sabe explicar por quê. Da mesma forma, algumas peças remetem a uma experiência ruim e, sem se dar conta desta lembrança negativa, a gente as mantêm no armário sem nunca usar. A verdade é que fazer uma boa limpa no guarda-roupa e se livrar das peças antigas é uma tarefa muito difícil. A gente sempre acha que pode um dia precisar daquela blusa, ou que aquele casaco foi muito caro para ser repassado – ou, simplesmente, quer guardar de recordação.
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Segundo a personal organizer Ingrid Lisboa, a pergunta que você deve se fazer quando está realizando o descarte de roupas antigas não é “eu gosto desta peça?”, mas sim “eu uso esta peça?”. “Roupa é funcionalidade. ela serve para vestir, não para gostar. Eu costumo dizer que, se você tem de procurar um motivo para manter uma peça, ela tem de ir”, defende a especialista.
Confira os conselhos de ouro de Ingrid que farão você desapegar das peças que não servem mais para você e abrir espaço para o novo (e melhor):
Como praticar o desapego de roupas
Entenda: roupa foi feita para ser usada. Não é para ser amada ou admirada. Se ela não cumpre sua função (vestir), ela deve ir embora. Gostar é diferente de usar!
Tenha em mente que descartar não é jogar ao lixo, mas sim dar um novo destino à peça.
A regra prática do descarte é a seguinte: você deve doar (ou jogar no lixo, dependendo do estado) tudo o que não usou nos últimos dois anos.
A exceção desta regra são roupas de esqui, casacões de frio que você só usa em invernos rigorosos de outros países, etc.
“Em 80% do tempo, usamos apenas 20% do que temos”, afirma Ingrid. Pense nas suas calças jeans: quantos modelos você possui e quantos, de fato, veste no dia a dia?
Existem dois tipos de apego: o emocional e o material. Se você pagou muito caro em uma peça e por isso tem dó de doá-la, está apegada materialmente a ela. Lembre-se de que ela não vale mais o mesmo preço da época em que foi comprada e que não adianta manter uma peça cara se você nunca a usa.
Da próxima vez que for comprar, tente aplicar a lógica do custo por uso: quanto custa cada uso? Se você pagar R$ 1.800 em uma boa jaqueta e usá-la 50 vezes, cada uso custará R$ 36. Mas, se pagar R$ 8.100 em uma blusa de couro branco que irá usar no máximo 5 vezes, o custo por uso será muito maior (e não valerá a pena).
Já o apego emocional ocorre quando a peça te remete a algum momento ou pessoa especial. Se for o caso, você deve se fazer a seguinte pergunta: isso está me prendendo ao passado? Está, de alguma forma, me imobilizando? Se a resposta for sim, doe.
O mesmo vale para peças que trazem sensações ruins. Muitas vezes, a gente guarda peças que usava quando estava mais magra e se desafia a emagrecer para “voltar a caber” nelas. Porém, toda vez que abre o armário e se depara com elas, se sente mal por estar acima do peso. Reconhece essa situação? Não vale a pena manter roupas assim por perto.
“Se você precisa arrumar um motivo para o objeto ficar, é porque ele precisa ir embora”, diz Ingrid. Se você olhar para uma peça e pensar “não uso muito, mas acho tão bonita”, significa que ela não está cumprindo sua função e que você está buscando desculpas para mantê-la.
Se você não consegue arrumar tempo para dar aquela geral no guarda-roupa, tente o método dos 30 minutos por dia, atacando uma parte por vez. Não precisa ser em dias seguidos; faça uma vez na semana, por exemplo.
Gaste 15 minutos com cabideiros e 15 com gavetas e volte outro dia. Mas cuidado para não ter distrações: deixe o celular desligado e concentre-se inteiramente na tarefa.