Sabe aquela cadeira velha herdada da avó que você já quase jogou fora? Antes de tomar essa atitude, que tal dar uma nova cara a ela? Muitas vezes a impressão que temos é que vai dar um trabalho enorme, mas tem gente que pensa o contrário.
Uma dessas pessoas é a designer de interiores e blogueira do “De(coeur)ação”, Vivianne Pontes. Ainda adolescente, quando foi morar em uma república em Ouro Preto, ela sugeriu que cada uma das amigas fizessem um desenho nas antigas cadeiras, criando móveis personalizados.
“Eu me mudei muitas vezes e sempre precisei fazer minha própria mudança. Sempre fiz tudo para economizar, por que pagar se você mesma pode fazer?”, indagou-se Vivianne, que para não pagar R$ 2 mil por uma cortina, foi à luta e comprou uma máquina de costura e tecidos.
“Comecei primeiro fazendo uma tolha de mesa de chita e treinei a linha reta que era o importante. Depois fiz as cortinas”, ensina.
Para a própria casa reformou um criado-mudo comprado por apenas R$ 15, com tinta acrílica (seca rápido por ser à base de água) e cera de carnaúba para fixar. “Muitas vezes as pessoas querem algo que não cabe no espaço que elas têm ou no orçamento. É preciso saber identificar o que a pessoa realmente gosta”, opina Vivianne.
Sempre atenta, ela contou que já pegou um banquinho na rua, de tão sujo deixou um mês parado na áera de serviço até fazer uma aplicação de patchwork. “Faço tudo na sala de casa, cubro o chão com plástico e pronto”.
Quem também é adepto da reciclagem é o diretor comercial Maurício Borges. Morador de Santa Teresa, Centro do Rio de Janeiro, ele tem em seu apartamento alguns móveis feitos com sucata encontrada pelo bairro.
VEJA FOTOS DOS MÓVEIS REFORMADOS OU RECUPERADOS DA SUCATA
“O bairro me propicia ter coisas diferentes por ser um local de artistas”, ressalta Maurício, que trocou o assento de duas cadeiras velhas por uma placa de acrílico fosforecente, garantindo ar moderno à produção, e foi capaz de subir com um colchão velho nas costas, em dia de chuva, só para criar uma espécie de “instalação” com lâmpadas coloridas que foi parar na cozinha.
“Repetir o que você já viu nas revistas é a melhor maneira. O mais importante é a cultura do ‘faça você mesmo’ que não tem no Brasil, muito diferente de nos Estados Unidos e na Europa. Eu faço com restos, sobras, não uso materiais sofisticados”, explica ele, que começou com 15 anos pintando o próprio quarto.
Sandy Bahia, designer e blogueira do “Olha isso Mari. Olha isso Sandy”, é outra que só abre a mão para pagar o que não sabe fazer mesmo. Ela reformou sozinha a área do apartamento e é do tipo que não consegue ficar parada sem criar alguma coisa. “Minha mãe sempre gostou e eu fui aprendendo com ela. Acho que o estímulo é importante. Tenho um enteado de 9 anos e já ensino a ele algumas coisas. Ele me vê cortando feltro e faz igual”, revelou ela que tem se dedicado a criar corujinhas, sua mais nova mania.
“Eu vicio em determinadas coisas, antes eu trocava as cores das paredes de 6 em 6 meses, afastava os móveis e pintava assistindo TV”. Para Sandy, o artesanato também é uma distração e pode render dinheiro – ou só efeitos terapêuticos. “Minha terapeuta bioenergética me recomendou o ponto-cruz para ativar minha concentração e isso ajudou no trabalho também”, confessa a moça, que indica para quem quiser começar uma busca pelos tutoriais que estão espalhados pela internet.
“Algumas pessoas são ‘travadas’ e pensam que não vão conseguir, por exemplo, papel de parede é a coisa mais simples do mundo e as pessoas pagam por isso. Os americanos costumam costurar roupas dos filhos”, frisa ela que ainda expõe suas criações em feiras ao lado da mãe.

Luminária feita com garrafa de bebida e quadro preso com fio de aço

Mesa com pé improvisado de um antigo cabideiro e papéis de presente comprado em Buenos Aires vira decoração para escritório

Mesa de centro feita com madeiras achadas na rua

Criado-mudo depois da reforma: tinta acrílico, cera de carnaúba e tampa de vidro

Cadeira reformada: assento de acrílico garante modernidade ao móvel

Caixote de feira vira móvel de quarto: tinta esmalte, pincel largo, lixa para madeira e rodinhas

Criado-mudo antes da reforma

Prato para cupcakes: fácil de fazer e bem baratinho. Cada prato custou R$ 1,99

Porta-carrinhos para quarto infantil

Corujinhas de feltro e tecido

Painel para quarto infantil de ponto-cruz