Violência física e psicológica contra crianças é crime, embora muita gente ainda acredite que dar umas palmadas é boa maneira de educar. Mas quem precisa disso, afinal: os filhos, porque aprontam, ou os pais, que muitas vezes não têm a estrutura e a paciência necessárias para mostrar o melhor caminho aos pequenos?
Educação com diálogo e não violência
Ao bater no filho, você pode estar mostrando força para ele, mas expõe suas fraquezas ao escolher o caminho mais simplista – e menos eficiente – de resolver um problema. Talvez, durante aquele momento de fúria, você tenha pensado que a criança já nasceu sabendo de todas as regras e que é obrigação dela agir corretamente desde cedo.
Com a cabeça mais fria, percebemos que não é bem assim. É aqui que bate o arrependimento. Toda violência física vem acompanhada de uma carga de violência psicológica, que afeta não só o filho, mas também os pais.
Em vez de transferir seus problemas e defeitos para a criança, por que não mostrar o melhor de você? Não faltam motivos para escolher o caminho do diálogo:
1. Evitar traumas futuros
Pesquisadores norte-americanos fizeram um estudo sobre os efeitos das “palmadas educativas” e chegaram à conclusão de que as crianças que apanham dos pais têm mais chances de desenvolver comportamento agressivo e antissocial na vida adulta, além de outros problemas como depressão, baixa autoestima e baixa habilidade cognitiva.
2. Servir como exemplo
Ao bater na criança em uma situação que poderia ser resolvida com diálogo, você passa a mensagem de que este tipo de comportamento é normal e a violência pode servir como uma forma de expressão. Neste sentido, até podemos dizer que a palmada ensina (a fazer coisas erradas). Qual exemplo você quer passar?
3. Evitar rompimento de vínculo
Quando você sentir que seu filho está mais distante, não conversa mais e prefere ficar trancado no quarto, lembre-se das vezes em que bateu nele. A cada palmada, a relação de confiança com os pais vai se deteriorando. Por se sentir humilhada, a criança fica mais isolada, deprimida e sem auto-estima.
4. Não parecer covarde
O velho ditado “vá bater em alguém do seu tamanho” serve também para os pais. A criança fica indefesa quando apanha, tanto pela inferioridade física quanto pelo trauma psicológico. E acaba aprendendo que não tem problema agredir outra pessoa menor que ela…
5. Coloque-se no lugar da criança
Você apanhava dos pais na infância? Como se sentia depois? Ficava feliz por ter levado umas palmadas? Gostaria que seu filho sentisse o mesmo? Gostaria de ter alguém que batesse em você quando fizesse algo errado – um marido violento, por exemplo? Com um pouquinho de empatia, paciência e diálogo, tudo se resolve da melhor maneira.
Comportamento infantil
- Seu filho é o seu reflexo: crianças tendem a repetir comportamentos
- Criança malcriada demais às vezes não é só teimosia
- Depressão infantil dá 8 sinais peculiares. Como identificar?