7 dicas para crianças não se contaminarem com alimentos que têm mais agrotóxicos

Recentemente, a Defensoria Pública do Estado de São Paulo reuniu dados referentes ao nível de defensivos agrícolas presente em frutas, verduras e legumes. Os números assustam e as  consequências dos agrotóxicos detectados preocupam. De acordo com a pediatra Flávia Nassif, na impossibilidade de optar pelos alimentos orgânicos, alguns cuidados devem ser tomados antes do consumo.

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Comida com agrotóxicos

O Brasil já é tido como o país que mais consome itens com defensivos agrícolas no mundo. Investigação feita entre 2012 e 2014 com amostras de verduras, frutas e legumes apontam que 21,6% dos itens analisados tem altos índices de agrotóxicos. Já a amostragem da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) feita com alimentos típicos da cesta básica brasileira mostrou que, no estado de São Paulo, em 2014, 31% dos analisados tinha agrotóxicos proibidos no país ou produtos em quantidade acima do permitido

Além da alta concentração, outro fator preocupante é referente ao tipo de substâncias químicas utilizadas. Dois dos tipos – Metamidofós e Acefato – são, inclusive, proibidos em outros países, como Estados Unidos, União Europeia, China, Turquia e Índia por estarem diretamente relacionados a alterações nos sistemas reprodutor e endócrino e serem cancerígenos, além de poderem causar irritações nos olhos e dificuldades respiratórias.

Agrotóxico na comida das crianças

Se as substâncias químicas utilizadas na plantação já afetam a saúde dos adultos, no caso das crianças o problema é ainda mais intenso. De acordo com a pediatra, além de não sabermos quais são os riscos de expor uma pessoa desde a infância ao agrotóxico, elas ainda são mais suscetíveis aos efeitos nocivos, porque, como têm metabolismo e crescimento acelerado, os componentes químicos, mesmo em quantidades menores, podem afetar o seu desenvolvimento.

Como consequência, a ingestão pode alterar o funcionamento do corpo da criança e estimular a aparição de problemas de saúde como leucemia, deficit de atenção, hiperatividade e alterações neurológicas.

Ainda segundo Flávia, um estudo realizado pela Universidade de São Paulo constatou que mais de 2 mil crianças, de 0 a 14 anos, foram registradas com contaminação por agrotóxicos desde 2009. Considerando que apenas um em cada 50 casos é registrado, o número real é muito maior.

Sintomas de contaminação por agrotóxicos

A médica explica que, nesses casos, a criança dá indícios. Náuseas, tonturas, dificuldades respiratórias, salivação excessiva, diarreia, irritabilidade, dor de cabeça e fadiga estão os sintomas que uma  criança intoxicada apresenta.

Como evitar a ingestão de agrotóxicos

Por isso, a pediatra recomenda que, na hora de oferecer os alimentos aos pequenos, alguns cuidados sejam tomados.

  • O primeiro deles está na escolha dos orgânicos. Livres de pesticidas, hormônios e fertilizantes químicos, eles são a melhor opção para uma alimentação saudável.

No entanto, na impossibilidade de encontrar ou comprar esse tipo, a pediatra sugere:


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    Evitar morango, kiwi e tomate até o primeiro ano de idade da criança. Eles estão entre os itens que mais absorvem substâncias químicas nocivas;

  • Lavar muito bem todas as frutas e legumes, mesmo antes de cozinhá-los;

  • Descartar as folhas externas das verduras, que são as que mais contém veneno;

  • Fazer compras em lugares de confiança ou diretamente do pequeno produtor;

  • Diversificar os alimentos para não ingerir um tipo de substância tóxica constantemente;

  • Optar por feiras livres, onde é possível negociar os preços e ainda comprar diretamente do produto.