A dor da cólica

Seu bebê chora sem parar, sobretudo à noite? Se contorce e fica agressivo sem motivo aparente? Ele está limpo e bem alimentado? Se a resposta a essas perguntas for positiva, há grandes chances de ele estar sofrendo com cólicas. Muito comum até os três meses de vida, os especialistas ainda não sabem ao certo as causas do desconforto, mas algumas técnicas e cuidados podem aliviar os sintomas e trazer tranqüilidade, o bem-estar e a paz de volta ao seu pimpolho… e a você!

Muitas mães percebem que quando comem determinados comidas, a criança tende a ficar mais irriquieta, ter cólicas e chorar mais

“As cólicas são mais freqüentes após o primeiro mês de vida. Se caracterizam por um choro intenso que é interrompido e retorna sem parar”, esclarece a pediatra e professora de medicina da USP Águeda Beatriz Rizzato. Se a única forma de comunicação do seu pequeno é o choro, você deve estar se perguntando: como identificar se o que ele tem é fome, calor, fralda suja ou cólica? “O choro da cólica é muito forte e vem acompanhado de movimentos nas pernas. Ocorre durante as mamadas ou no fim do dia, geralmente, no mesmo horário”, explica a pediatra e neonatologista do Hospital e Maternidade Neomater Ana Cláudia dos Santos.

Pesquisando as causas

Até hoje, os motivos que levam às cólicas são desconhecidos. Os especialistas apontam que as causas vão desde um sistema digestivo imaturo à problemas alérgicos. O que ocorre é que até os seis meses de idade o bebê cresce a ritmo acelerado, necessitando de mais nutrientes como combustíveis para esse crescimento. “No entanto, como seu sistema digestório ainda se encontra em formação, os movimentos de contração e distensão (peristaltismo) não são controlados e ele pode acabar sofrendo de indigestão e gases”, explica Ana Cláudia.

Por outro lado, a cólica também pode ser emocional. Muito sensíveis, os bebês são capazes de sentir as tensões em casa e a ansiedade dos pais, agravando a incidência de quadros de cólica. “Esses casos são muito recorrentes com mães de primeira viagem. Como tudo para ela é novo, a sua insegurança e ansiedade acaba sendo vivida também pela criança”, explica Águeda. Por isso, manter a calma é o primeiro passo no combate às cólicas do neném!

Engolir ar durante a amamentação também causa gases e desconforto. Por isso, é tão importante colocar o bebê para arrotar após a mamada, durante dez ou quinze minutos. E você deve ter muito cuidado com o que anda comendo. Segundo especialistas, alguns alimentos ingeridos pela mãe podem causar além má indigestão e alergias na criança. “Muitas mães percebem que quando comem determinados comidas, a criança tende a ficar mais irriquieta, ter cólicas e chorar mais”, revela Águeda.

Retire do cardápio alimentos como: leite e derivados, refrigerantes, chocolate, alimentos condimentados e crus, repolho, couve-flor, pimentão, frutas cítricas, banana, café, brócolis, alho, cebola, feijão e nabo. Lembrando, é claro, que tudo é questão de bom senso. “Não é que seja proibido comer, é só não exagerar. Quer comer repolho? Coma algumas folhas, mas não uma saladeira inteira”, brinca Águeda.