A importância do colostro > Alimento insubstituível

A transição de colostro para leite maduro leva tempo para acontecer. Na primeira semana, a mãe oferece colostro. De sete a quatorze dias após o parto, surge o chamado “leite de transição”, ou seja, as propriedades nutricionais sofrem uma mudança. A partir de quinze dias, o leite já está maduro, apresentando maior concentração de lactose. Independentemente da fase em que se encontra a produção do leite, é bom ressaltar: a amamentação continua sendo a melhor forma de alimentação do bebê.

Não existe alimento ou suplementação alimentar equivalente ao colostro

Mas e os bebês que não podem ser amamentados, como ficam? Alguns deles, segundo a Dra. Laura, recebem suplementação de colostro nas primeiras 48 horas de vida. Esse colostro vem de bancos de leite e é fruto de doações de várias mães. “Não existe alimento ou suplementação alimentar equivalente ao colostro. O que pode ser feito é utilizar os bancos de leite, normalmente apenas durante o período de internação da criança. Após a alta, a criança pode receber um aleitamento artificial, ou seja, um leite de vaca modificado para se aproximar ao máximo do leite materno, mas não há nada que o substitua em termos de características nutricionais”, diz a pediatra.

O Dr. Hamilton é da mesma opinião. “Esses produtos são balanceados e as crianças aceitam, mas o leite artificial não reforça os mecanismos de defesa. Ele tem concentração de proteína, mas não nas mesmas proporções do leite materno”, argumenta. Segundo o médico, além do papel nutricional, a lactose do leite materno apresenta efeito protetor e é metabolizada em glicose, promovendo energia, e galactose, que ajuda a desenvolver o sistema nervoso central. “A presença de lactose também promove a colonização intestinal com lactobacilos e bactérias fermentativas que ajudam a inibir o crescimento de bactérias, fungos e parasitas”, sublinha.

Meu leite não desce. E agora?

Passada a primeira semana de amamentação com colostro, chega a hora de passar pelo leite de transição e, depois, para o leite maduro. E se a descida do leite demorar a acontecer? Será que é sinal de algum problema? Segundo o Dr. Hamilton, a mulher tem dois hormônios ligados à produção do leite. A prolactina, que é responsável pela produção e aumenta conforme a sucção do bebê ao seio; e a ocitocina, responsável pela descida do leite. Esta última é mediada conforme as situações emocionais da mãe. “Quando ela fica nervosa, libera dopamina, que inibe a ocitocina, levando-a a acreditar que não tem leite. A dica é tentar ficar tranqüila, ingerir muita água e ficar de repouso. Seguramente, o leite descerá”, sugere o médico.