Thaís Fersoza surpreendeu os fãs ao anunciar sua segunda gestação pouco tempo depois de Melinda completar seis meses de vida. A situação não é comum e muitos começaram a se perguntar se engravidar com um intervalo tão curto entre um bebê e outro é arriscado.
A resposta é sim. De acordo com o médico e ginecologista Dr. Alberto Jorge Guimarães, criador do programa Parto Sem Medo, embora o corpo da mulher já possa fisiologicamente abrigar um feto poucos meses depois do nascimento do anterior (logo depois da primeira menstruação, geralmente a partir do 40º dia), o ideal é esperar um tempo para que o corpo se recupere da gestação anterior.
Como explica o especialista, o tempo entre uma gravidez e outra mínimo ideal são 18 meses. Isto porque a gravidez aumenta em até 20 vezes o útero e gera uma série de mudanças hormonais, nas articulações, no líquido circulante e, portanto, o corpo precisa de um tempo para recuperar seu funcionamento anterior. “Logo após o parto, o útero pesa cerca de 1 kg. Com dois meses, ele volta ao tamanho normal, com 70g. É muita mudança”, comenta.
Mas, se o intervalo entre uma gestação e outra é menor do que este, alguns riscos são esperados. O primeiro e mais grave deles, de acordo com o médico, é a prematuridade. “Se uma mulher engravidar antes do nascimento do bebê anterior completar um ano, o segundo tem grandes chances de nascer prematuro. Não se sabe exatamente a causa, mas uma grande observação clínica mostra que esse risco só reduz depois do 18º mês”.
O médico ainda explica que nessas situações, o risco de uma mulher conseguir um parto normal no segundo nascimento – melhor via de parto para mães e bebes saudáveis – é muito menor. “Existe um risco maior de ruptura uterina porque a cicatriz é recente e pode abrir”, diz.
Além disso, pode haver restrições no crescimento fetal. “Ele começa a ter dificuldade para ganhar peso”, comenta.
Mulher grávida pode amamentar?
A amamentação, embora não seja um método contraceptivo garantido, dificulta uma gestação. Isto porque, enquanto as mulheres estão amamentando, o corpo libera um hormônio – a prolactina – que inibe a ação dos ovários.
No entanto, variações na quantidade de leite produzida ou ofertada ao bebê, além de fatores externos, podem baixar o nível deste hormônio no sangue, permitindo que um óvulo seja liberado e, consequentemente, uma gestação surja.
Neste caso, muitas mulheres ficam em dúvida se a amamentação deve seguir ou não. Embora a demanda aumente, já que agora o corpo da mãe vai ser meio nutricional de dois – do bebê e do feto – o especialista explica que não sugere a suspensão do aleitamento. “Prefiro manter. Mas, na prática, é muito comum que esse bebê abandone o peito. Ele desmama naturalmente e algumas mães passam a se sentir culpadas”, comenta.
Segunda gravidez
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