Além da gestação, saúde do bebê pode ser afetada
Durante a gestação, a mãe sente ao longo dos meses o desenvolvimento do bebê. Aos poucos, vai descobrindo quando o pequeno está mais agitado e, em algumas vezes, é possível até percebendo como a comida que ela come impacta seu filho.
No entanto, seria possível o contrário acontecer. O bebê sente, por exemplo, quando a mãe está estressada? Segundo Rafaela de Almeida Schiavo, psicóloga perinatal e fundadora do Instituto MaterOnline, isso não só é possível quanto pode atrapalhar a gestação. Entenda.
Bebê sente quando a mãe está estressada?

“O que muitas mães não sabem é que a saúde emocional na gravidez não afeta apenas o bem-estar imediato, mas pode influenciar até mesmo o desenvolvimento do bebê nos primeiros anos de vida”, explica a psicóloga. Segundo pesquisas realizadas pela profissional, 78% das gestantes apresentam sinais significativos de estresse no terceiro trimestre, podendo causar um parto prematuro.
Além disso, a exposição a altos níveis de estresse pode causar problemas de regulação de sono na infância, e dificuldades emocionais no bebê. Tudo isso ocorre pois o estresse liberal cortisol, hormônio que chega ao bebê através da placenta e pode influenciar a formação neurológica e elevar o risco de alterações emocionais.
Por isso, a psicóloga alerta para a importância de identificar sinais de estresse como dificuldade no sono, oscilações emocionais, sensação de exaustão constante e mudanças no apetite. Ao perceber que está estressada, Rafaela de Almeida Schiavo sugere que a gestante busque ajuda de um especialista para evitar problemas na gestação e para o bebê.
O direito ao acompanhamento psicológico na gravidez, inclusive, é garantido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Sancionada em 2023, a Lei 14.721 assegura o suporte psicológico gratuito para gestantes e puérperas. Para conseguir ter o seu direito respeitado, a gestante pode solicitar informações com seu obstetra ou procurar unidades de saúde que ofereçam atendimento psicológico perinatal. Além disso, há a possibilidade de participar de grupos de apoio organizados por instituições de saúde.
“Quando cuidamos da saúde emocional da gestante, estamos cuidando também do futuro dessa criança. A gravidez é um momento de muitas transformações e, quanto mais suporte a mulher recebe, mais seguro esse período se torna”, conclui.