Depressão pós-parto

por | jun 30, 2016 | Gravidez e bebês

O nascimento de um filho é um momento mágico, que muda a vida de qualquer mulher. Ao mesmo tempo em que é excitante e cheio de expectativas, também pode ser um pouco estressante. Como ocorrem muitas mudanças físicas e emocionais durante a gestação e depois do parto, é comum que as mulheres se sintam tristes, amedrontadas, ansiosas e confusas. Esses sentimentos costumam ir embora depois de algum tempo, mas em algumas pessoas eles acabam permanecendo, resultando na depressão pós-parto.

A doença acomete entre 10% e 20% das mulheres, podendo começar na primeira semana após o parto e perdurar por até dois anos. Por ter conseqüências sérias, que podem afetar tanto a mãe quanto o bebê, precisa de tratamento médico imediato, com auxílio de medicamentos e acompanhamento psiquiátrico.

Tristeza ou depressão?

É comum a mulher passar por um quadro de depressão leve depois de ter um filho. É a chamada tristeza pós-parto, que atinge 50% das mulheres e não traz maiores conseqüências. Geralmente essa tristeza começa entre o segundo e o quarto dia após o parto e dura entre quatro e cinco semanas.

Segundo a psicóloga e psicoterapeuta Olga Tessari, os sintomas da tristeza pós-parto e da depressão pós-parto são semelhantes, porém a diferença está na duração. “Na tristeza pós parto a mãe fica chorosa, irritada, indisposta ou levemente deprimida, mas isso não a impede de realizar tarefas, pois dura apenas algumas semanas. Já na depressão pós-parto o quadro é bem mais grave e incapacitante, pondo em perigo tanto o bem-estar da mãe como o do bebê, sendo detectada entre a sexta e a oitava semana depois do parto”, explica.

Outra alteração emocional que pode aparecer após o parto é a desordem do pânico, com sintomas de forte ansiedade, acessos de calor ou frio, batimentos cardíacos acelerados, respiração rápida, tonturas, dores no peito e tremedeiras. Neste caso, o médico também deve ser procurado imediatamente, para que seja administrado um tratamento com base em medicamentos e psicoterapia.

Há, no entanto, casos extremamente graves de desordem emocional, que resultam na psicose puerperal. Nela, a mulher perde o senso de realidade e sofre com delírios, alucinações e medos infundados, como o roubo do bebê, por exemplo. Com isso, ela acaba adotando rituais obsessivos e tendo pensamentos totalmente desconexos. Na maioria dos casos, a mãe precisa ficar internada no hospital para tratamento, já que precisa de acompanhamento intensivo. Felizmente são poucas as chances desse tipo de psicose acontecer: atinge 0,2% das mulheres.