Depressão pós-parto: os sinais de alerta

por | jun 30, 2016 | Gravidez e bebês

A depressão prejudica o funcionamento psicológico e social, interferindo também no trabalho. Os sintomas podem variar muito e persistir por semanas ou meses sem uma causa aparente que os provoque.

Entre os sinais mais comuns de depressão, estão as sensações de desânimo, desesperança e desamparo, tristeza persistente, indisposição, pensamentos negativos ou preocupações, baixa auto-estima, perda do prazer ou interesse em atividades de rotina, irritabilidade, mudanças bruscas de humor, excesso ou falta de sono, ausência do desejo sexual, medos, diminuição ou aumento do apetite, problemas de concentração, de memória e de tomada de decisão. “A mulher tem a sensação de estar falhando como mãe, sente-se incapaz de cuidar do bebê e tem desinteresse por ele, podendo chegar ao extremo de ter pensamentos suicidas e homicidas em relação ao bebê”, comenta Olga Tessari.

Em uma mulher jovem, os sinais de depressão podem incluir problemas escolares e distúrbios de apetite. Ela pode ter uma visão distorcida de sua própria imagem corporal, insatisfação com tudo à sua volta e sensações de infelicidade consigo mesma e com a vida em geral. Já as mulheres mais velhas podem não mostrar quaisquer transtornos comportamentais ou não admitir que se sentem infelizes ou deprimidas. Por outro lado, elas podem desenvolver diversas queixas físicas, tais como dor crônica, problemas digestivos ou dores de cabeça.

O acompanhamento por profissional especializado é fator de grande sucesso. A participação em cursos de orientação para gestantes, que privilegiem a informação, também ajuda a diminuir a ansiedade e a insegurança

Tratamento

Para tratar a doença, é preciso adotar medicação antidepressiva, que ajuda a restabelecer o funcionamento do metabolismo cerebral, uma vez que a depressão provoca um desequilíbrio na bioquímica do cérebro. Paralelamente, deve-se fazer um tratamento psicológico, para trabalhar as questões emocionais da depressão e suas conseqüências.

O tratamento conjunto é fundamental para melhorar a qualidade de vida da mãe, mas, sobretudo, para prevenir distúrbios no desenvolvimento do bebê e preservar um bom nível de relacionamento conjugal e familiar. Olga Tessari salienta que mulheres que desenvolvem a depressão pós-parto uma vez têm grande chance de desenvolvê-la novamente nos próximos partos, ou mesmo durante a próxima gravidez, por isso é importante o tratamento adequado.

Já o obstetra Sergio Amaral acredita que a depressão pós-parto pode ser evitada, detectando problemas emocionais ainda na gravidez ou anteriormente a ela. “Nesses casos, o acompanhamento por profissional especializado é fator de grande sucesso. A participação em cursos de orientação para gestantes, que privilegiem a informação, também ajuda a diminuir a ansiedade e a insegurança”, recomenda.