Fernanda Rodrigues, mãe de Luisa, de 7 anos, e de Bento, de 11 meses, dividiu com outras mães uma situação preocupante que passou com o seu bebê. Em uma viagem internacional, o pequeno começou a apresentar uma tosse estranha e foi diagnosticado com crupe, uma doença comum em bebês e que pode ser grave.
O que aconteceu com o filho de Fernanda Rodrigues
Fernanda e a família escolherem Orlando, nos Estados Unidos, como destino de férias no fim do ano. Como no Hemisfério Norte nessa época é inverno, ela se preparou para dias frios. Mas, chegando lá, se deparou com clima de verão. Na primeira semana, foi de regata e short que a família se divertiu.
Repentinamente, a temperatura caiu muito – como conta em seu blog, chegando a 2ºC. Foi neste momento que as crianças que estavam na casa começaram a apresentar tosse e mal-estar. Bento, o mais novinho, foi o que mais sentiu. “Ele começou a respirar estranho e a tossir com um barulho que parecia um cachorro latindo. Não era uma tosse normal, seca ou com secreção…a gente conhece tosse! Era uma coisa muito estranha”, descreveu a atriz.
Para evitar maiores complicações, a mamãe optou por deixar o pequeno em casa neste dia. Mais tarde, quando voltou para ver como ele estava, percebeu que o quadro tinha piorado muito. “A tosse aumentando e, de repente, começou a faltar o ar. Ele respirava e o ar não vinha! Que desespero!”, relatou.
Com a clara piora, a família levou Bento para um hospital infantil. Como a atriz relata, o bebê chegou à unidade de atendimento todo roxinho devido à dificuldade que tinha para respirar.
Já na primeira observação da médica, o diagnóstico: Bento estava com crupe, uma doença que obstrui as vias respiratórias. Depois de medicado, o pequeno foi liberado sem nenhuma prescrição de tratamento com remédios em casa.
Em seu relato, Fernanda conta que neste momento desconfiou. Mas, seguiu a orientação da médica, que explicou que a doença tem um ciclo e ele logo chegaria ao fim. Neste intervalo, a mãe deveria deixá-lo respirando ar fresco na área externa da casa ou na frente da geladeira ou do refrigerador.
Durante a noite, no entanto, Bento piorou. De volta ao hospital, os mesmos procedimentos. “Insisti pra que ela fizesse alguma coisa que fosse mais contínua e ele melhorasse e não que ela mandasse ele pra casa daquele jeito… Não há o que fazer. Entendi nas duas línguas isso! Aqui eles agem de forma diferente da nossa e temos que entender isso, né? E lá fomos nós embora pra casa de novo. Com a sensação de impotência, de não poder fazer nosso filho ficar bem e ter que passar por isso, sabe lá Deus, quanto tempo”, contou.
A solução efetiva veio só no dia seguinte, quando a atriz buscou uma pediatra brasileira, que observou mais uma vez o bebê e prescreveu alguns medicamentos para serem dados em casa. “Ela examinou, explicou tudinho na nossa língua, tirou todas as nossas dúvidas e entendemos que o tratamento do hospital uma hora até ia melhorar, mas ele ia ficar sofrendo (e nós também) alguns dias. Então, ela começou um novo tratamento. Com uma regularidade, tomando remédio de tanto em tanto tempo, nebulizando. Enfim, voltamos pra casa, começamos o tratamento que ela passou e assim ele foi melhorando aos poucos. A febre foi espaçando até acabar, a respiração foi melhorando, nós fomos nos acalmando e nosso pequeno foi voltando ao normal”, relatou.
Para garantir que Bento ficasse bem e não sofresse com a variação de pressão e temperatura, a atriz adiou a volta da família para o Brasil em uma semana.
Crupe: o que é
A crupe é uma doença causada por um vírus que entra no organismo através das vias respiratórias e se aloja na traqueia e na laringe. Ao se reproduzir, ele causa uma inflamação e, consequentemente, um edema na região. É esse inchaço que desencadeia os outros sintomas da doença.
Sintomas da crupe
De acordo com a pediatra Dra. Danielle Negri, do grupo Perinatal, inicialmente ela parece uma laringite comum. “Os sintomas no começo são leves, como coriza, febre baixa e tosse fraca”, exemplifica. No entanto, entre 12 e 72 horas depois do contágio, quando o vírus se espalha, os sintomas mais característicos começam a aparecer.
“A região inflama e o edema altera a mobilidade das cordas vocais e causa obstrução nas vias respiratórias. Isso dificulta a passagem de ar”, explica a médica. É por isso que a criança começa a apresentar dificuldades para respirar, falta de ar, tosse que se assemelha a uma tosse de cachorro, rouquidão, barulho na aspiração e expiração do ar e agitação (causada pela falta de oxigênio).
É grave?
Como a doença dificulta a passagem do ar, ela é grave e considerada uma emergência clínica. Ou seja, ao notar os sintomas, a família deve procurar imediatamente um posto de pronto atendimento para que a criança seja devidamente medicada, recomenda a pediatra. “É muito grave e precisa de cuidados, porque se o edema for aumentando, fecha a glote e não entra ar. Com isso, a criança pode morrer por insuficiência respiratória”, alerta.
Tratamento
O tratamento, de acordo com a profissional, é feito com corticoides e adrenalina e entre três e cinco dias a criança já está curada. “No geral, fazemos nebulização com os dois medicamentos e depois o paciente vai para casa com a prescrição de corticoide oral”, explica.
Embora não tenha como prevenir a doença com nenhum tipo de medicamento ou vacina, por exemplo, todas as recomendações para evitar viroses são válidas para minimizar as chances de contágio da crupe. Manter locais arejados e evitar o contato com muitas crianças, além de manter sistema imunológico saudável, são as principais delas.
É mais comum em viagens?
Embora não seja uma regra, cidades com climas mais frios podem facilitar o aparecimento da crupe. “Ambientes mais frios favorecem a incubação do vírus, mas tudo depende do lugar para onde a criança vai, o grau de imunidade que tem e o ambiente onde ficará”, esclarece a Dra. Danielle.
Doenças comuns em bebês
- Alterações nos olhos do bebê pode ser sinal de doença: saiba identificar
- Como se prevenir: herpes em bebê é grave e pega até com beijo
- Crianças podem pegar algumas doenças na areia da praia: quais são elas