Doença hemolítica perinatal: Pré-natal e prevenção

Independente da causa da imunização (gestação, abortamento, gravidez ectópica, etc), na gravidez seguinte os anticorpos maternos atravessam a placenta, geralmente por volta da 12ª semana de gestação, causando grande destruição das hemácias fetais (se este for Rh+). Como consequência ocorre anemia fetal, aumento da bilirrubina no sangue (um produto da destruição da hemácia que pode levar a problemas neurológicos), além de outras alterações, assim como pode levar ao óbito fetal. Importante destacar que na primeira gestação, ou contato com Rh+, é muito raro que a sensibilização seja grande o suficiente para afetar a criança, sendo muito mais grave numa segunda gestação.

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A importância do pré-natal

Fica claro a necessidade de um acompanhamento pré-natal bem realizado e bem explicativo para a paciente Rh negativo, que além de todas as transformações gestacionais convencionais e riscos para determinadas patologias, que todas as gestantes apresentam, possui ainda o risco de desenvolver isoimunização, se vier a ter contato com sangue Rh positivo.

Prevenção

A prevenção é a conduta mais importante em relação a doença hemolítica por incompatibilidade Rh. É feita através da administração de imunoglobulina anti-D (Rhogam, Mathergam, entre outras) em mulheres Rh negativo e que não foram, ainda, sensibilizadas, ou seja, naquelas mulheres em que o exame de coombs indireto é negativo (sem a presença de anticorpo anti-D). Esta imunoglobulina neutraliza o antígeno D presente nas hemácias fetais Rh positivo, que alcançaram a circulação da gestante. Desta forma, impede a produção dos anticorpos anti-D pelo organismo materno.

Importante ressaltar que uma vez que a gestante seja Rh negativo e o recém-nascido também, não há necessidade de aplicação da imunoglobulina. Assim como, as gestantes que sejam Rh positivo não possuem riscos de desenvolverem anticorpos anti-D.Como foi dito anteriormente, a imunoglobulina deve ser administrada em gestantes Rh negativas, não sensibilizadas, com fetos Rh positivos, ou naquelas nas quais não tenha sido definido o Rh fetal, tais como: após abortamentos, gestações ectópicas, procedimentos invasivos durante a gestação e nas doenças trofoblásticas gestacionais (mola hidatiforme).

Por mais que seja um tema complexo dentro da obstetrícia, é algo muito corriqueiro no dia-a-dia do obstetra. Mais uma vez fica clara a importância do pré-natal, tanto para a gestante, quanto para o feto.