Engatinhar é fundamental para o desenvolvimento

O desenvolvimento de um bebê é marcado por algumas fases bem características, como o engatinhar. Estudos têm revelado a importância deste período considerando os desdobramentos dele ao longo de toda a vida da criança. A conclusão, segundo o pediatra Luigi Massaro, é que essa etapa  é fundamental e que todas as crianças engatinham. “Elas só precisam de espaço e liberdade para seguirem seus impulsos”, afirma.

Seu bebê aprendeu a sentar e de repente já está se levantando pelos móveis querendo caminhar? Não se preocupe, isso não significa que ele irá queimar fases. “O ato de engatinhar não está limitado ao clássico andar em quatro apoios”, esclarece o especialista. Engatinhar engloba todo ato de se deslocar, de ir de um lugar ao outro, sem ser caminhando. Isso pode ser arrastando o bumbum, ou as pernas, com a barriga no chão ou até de lado. “Todos os eles são válidos”, afirma o profissional.

A importância da fase é proporcional a todo desenvolvimento que acontece entre os seis meses e o primeiro ano de vida da criança. Entre os principais aspectos dessa etapa está o neuromotor, que consiste na capacidade do bebê de usar os estímulos que recebe do meio a partir dos seus sentidos. Além dele, há o aspecto anatomofisiológico, que é o desenvolvimento físico, o alinhamento da coluna, e o fortalecimento dos músculos. Mas o que os estudos têm revelado recentemente é a importância do aspecto psicológico dessa fase.

De acordo com o pediatra, para o bom desenvolvimento psicológico da criança tem mais influência a oportunidade de concretizar uma vontade do que o engatinhar propriamente dito. “É natural para a criança sentir vontade, impulso de ir atrás de algo que ela queira, um objeto colorido, um brinquedo que a agrada, uma pessoa. Mas se ela é barrada nas suas tentativas, acaba ficando frustrada e não tendo a sua iniciativa alimentada”, explica.

Assim, mais do que serem estimulados a engatinhar, os bebês precisam de liberdade para se locomoverem quando sentirem necessidade. Não é recomendado deixarem todo o tempo presos a cadeirinhas e dentro de cercadinhos. Precisam ser deixados no chão, com espaço e liberdade para se arrastar, sentar, levantar, pegar, largar. “A supervisão é fundamental para que acidentes mais graves sejam evitados. Mas é preciso cuidado para que a superproteção não seja um empecilho no desenvolvimento dos filhos”, conclui o médico.