Gravidez aos 50 anos: quais são os riscos

Deixar a gravidez para mais tarde pode gerar complicações para a mãe e o bebê. Além disso, quanto mais velha a mulher, mais ela terá  dificuldades para engravidar. Se a gestação acontecer após os 50 anos, ainda que por reprodução assistida, como acontece na grande maioria dos casos, os riscos são ainda maiores. Por isso, no ano passado o Conselho Federal de Medicina (CFM) restringiu a  idade para engravidar.

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As mulheres acima desta idade que desejam ter filhos precisam ter uma justificativa que será avaliada em cada asco. A necessidade do CFM em criar a norma veio da demanda, cada dia maior, no Brasil, de gestações dentro dessa faixa etária. A médica especialista em reprodução humana Thaís Domingues, do Grupo Huntington, explica que uma  gravidez depois dos 50 anos deve ter uma justificativa que compense o risco.

Riscos da gravidez aos 50

Segundo ela, essas mulheres podem lidar com maiores chances de aborto, restrição do crescimento intrauterino, diabetes gestacional e pressão alta, que elevam o risco de nascimento prematuro do feto de modo alarmante. “Na maioria dos casos,  engravidar aos 50 anos é um risco. Assim, o desejo deve ser levado adiante apenas se analisado o contexto pelo qual a mulher deseja ser mãe”, explica.

Entre as famosas, um dos casos mais conhecidos é o da atriz Solange Couto. Aos 55 anos ela deu à luz seu terceiro filho, Benjamin. Nas redes sociais, muitas mulheres procuraram a atriz para saber detalhes da gravidez e dizer que ela estava ajudando-as a voltar a sonhar.

A atriz Solange Couto com o filho Benjamin: mãe aos 55 anos (Crédito: AgNews)

Gravidez em idade avançada

De acordo com estatísticas da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva atualizadas em 2011, mulheres com mais de 45 anos tem até 60% de chances de aborto quando engravidam com os próprios óvulos. “Além do relatório médico e de exames que atestem as condições que a mulher tem de gestar nessa faixa etária, para liberar ou não, o CRM analisará o porquê dessa vontade de ser mãe tão tardiamente”, explica a médica.

Para que a justificativa seja aceita, é preciso que seja algo muito especial. A médica diz ainda que, certamente, o processo para análise não é ágil. E enquanto a mulher espera pela autorização, suas funções reprodutivas vão se tornando cada vez mais comprometidas.

Acompanhamento médico é importante para evitar riscos (Crédito: Thinkstock)

“Muitas mulheres conseguem  engravidar com mais de 45 anos, mas omitem a maneira sobre como conseguiram. Se não utilizaram os próprios óvulos, geralmente preservados antes dos 40 anos, certamente foram células doadas, levando-se em conta a má qualidade de óvulos nessa faixa etária biológica. A questão é que ninguém diz, por causa de todo o tabu e constrangimento envolvido e gerado pela sociedade. Assim alimentam o mito de que é fácil engravidar após os 40″, esclarece.