Em sua primeira gravidez, a psicóloga Ceris Panini passou por uma experiência um tanto traumática. “Meu primeiro parto teve tudo o que eu não desejava. Como o trabalho de parto foi extremamente demorado, acabei recebendo remédios para induzi-lo, tive que fazer a episiotomia (corte do períneo para facilitar a passagem do bebê) e meu filho foi tirado com a ajuda de um fórceps”, descreve.
Na segunda gravidez, Ceris decidiu que não passaria por tudo aquilo de novo. Decidiu, então pesquisar meios naturais de relaxamento na hora do parto. Foi aí que descobriu a auto-hipnose. “Estou ansiosa para começar o parto. Já soube que é uma prática que não tem contra-indicação e que pode nos ajudar não apenas no momento do parto, mas em nossa vida cotidiana a manter a calma e o controle do corpo”.
Vantagens também para os bebês
Especialistas costumam dizer que as experiências vividas pelo bebê ainda dentro da barriga da mãe acabam moldando o ser humano que ele será no futuro. “Na Inglaterra existem alguns estudos que mostram que as crianças que nascem por meio do hipnoparto são mais calmas”, informa Dr. Altair. E não é de estranhar, afinal, ao contrário da maioria dos bebês de todo o mundo, os que nascem por esse método experimentam, na hora do nascimento – momento estressante para o neném – uma experiência de transformação cercada de paz e que acaba sendo bastante rápida.
Além disso, a oxigenação, que é fundamental para o bebê no momento da saída da barriga da mãe, é aumentada com a utilização do hipnoparto, já que a mãe consegue respirar de maneira correta.
Acompanhamento igual ao de qualquer parto
Segundo Dr. Altair, nas consultas preparatórias para o hipnoparto são realizadas sessões de relaxamento, treinamento de respiração, condicionamento do uso de técnica de auto-hipnose, sessões para aumento da autoestima e autoconfiança. “Não existe nenhuma preparação diferente daquela que se faz para o parto normal.
O vice-presidente da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do Rio de Janeiro, Dr. Hugo Miyahira, concorda e acrescenta: “O hipnoparto é uma prática sem contraindicação e eficaz, de fato. Mas para fazer efeito, a mulher precisa ser autossugestionável, ou seja, acreditar que aquele tratamento fará efeito sobre seu organismo”, finaliza.
