Os sintomas podem começar a se manifestar até mesmo antes de a mulher descobrir laboratorialmente a gravidez, como aconteceu com Isis. Em geral, se estendem por até doze semanas. “Muitas vezes, são esses sintomas que fazem a mulher suspeitar da gravidez. A partir do terceiro mês de gestação, começam a diminuir de intensidade e, na maioria dos casos, desaparecem”, diz a ginecologista Maria Cecilia Erthal, diretora médica do Centro de Fertilidade da Rede Labs D’Or, no Rio de Janeiro. Os incômodos mais freqüentes são náuseas, sonolência e edemas nas pernas, mas outros sintomas podem aparecer e sua intensidade varia de mulher para mulher.
Rafaela Monteiro sofreu com desmaios e a falta de ar, os mais citados entre as grávidas. “Tive um desmaio por causa de pressão baixa. Já a falta de ar eu tive nos últimos meses de gravidez, pois meu filho ‘apertava’ meu pulmão”, conta ela.
Em todas as gestantes, é comum a respiração ficar dificultada pela não-expansão do músculo diafragma. Com o crescimento do bebê, torna-se mais difícil puxar o ar. Esse sintoma, assim como a palpitação, é mais freqüente a partir do sétimo mês de gestação. Isis Natel tinha palpitações e falta de ar quando deitava de costas, pois o barrigão de nove meses pesava sobre a veia cava, uma das veias que levam o sangue para o coração. “Quando são de leve intensidade e bem tolerados, não necessitam de atendimento médico de emergência, mas devem ser relatados ao médico durante a consulta de rotina do pré-natal”, sublinha Ricardo Bruno.
Se a gente fica livre da menstruação durante a gravidez, o mesmo não se pode dizer das cólicas. Porém, elas não devem ser motivo de preocupação, pois são um sinal do crescimento do útero e da adaptação à presença do embrião. “No final elas se intensificam, mas dentro de um patamar aceitável. É preciso, contudo, saber diferenciá-las das dores do trabalho de parto”, assinala Maria Cecília Erthal.
Atenção aos sinais
O mal-estar decorrente das transformações do corpo é normal, mas existem sinais que indicam que algo pode estar errado com o bebê. Segundo o ginecologista Ricardo Bruno, o principal deles é a não-movimentação do feto, que se inicia por volta da 20/21ª semana, assim como a ocorrência de sangramentos vaginais em qualquer período.
A ginecologista Maria Cecília Erthal lembra, também, que a presença de cólicas muito intensas deve ser investigada através de exames complementares e devidamente tratada. Ambos ressaltam que, nesses casos, é preciso avisar o médico imediatamente. Na impossibilidade de comunicação, deve-se procurar o atendimento de emergência em uma maternidade.
Cuidados no dia-a-dia
Se não é possível eliminar os sintomas, o jeito é buscar formas de amenizá-los. Uma delas é a alimentação. Fazer refeições equilibradas, com intervalos a cada três horas, com pequenas quantidades de alimentos, ajuda bastante. É melhor dar preferência a comidas de fácil digestão, evitando frituras e grandes quantidades de carboidratos. “A última refeição sólida do dia deve acontecer, no mínimo, três horas antes de ir para a cama, e uma pequena ceia líquida (sucos e vitaminas), uma hora antes”, indica Maria Cecília.
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Exercícios leves devem ser praticados, desde que não haja contraindicação médica. Yoga, ginástica, caminhada e alongamento, por exemplo, deixam a futura mamãe com mais disposição no dia a dia, evitam o aumento excessivo de peso e preparam para o parto. “A prática de exercícios físicos deve ser orientada pelo seu médico, para identificar qual deles é o ideal para o seu caso. Os mais adequados são os de baixo impacto”, recomenda Ricardo Bruno. Se você é adepta da malhação pesada, a ordem é diminuir o ritmo para não prejudicar o bebê.
Evite a automedicação
Nossas mães e nossas avós já passaram pelo mesmo sufoco e são ótimas para dar conselhos, especialmente no que diz respeito a remedinhos especiais para aliviar o mal-estar. Alguns podem até fazer efeito, mas nada substitui a orientação médica. “O risco de utilizar uma medicação que possa causar danos à saúde do bebê é alto quando a paciente lança mão da automedicação”, alerta o ginecologista. Então, a palavra de ordem é cautela. Até porque alguns medicamentos são totalmente proibidos nessa fase da vida da mulher.
Buscar a tranqüilidade também é fundamental. “Usar roupas leves, dormir de oito a dez horas por noite e evitar o estresse são atitudes bem-vindas. Todos os exageros devem ser evitados nesse momento tão delicado”, aconselha a ginecologista Maria Cecília Erthal.