O perigo do refluxo > Identifique o problema

Nos lactentes, a fluidez do leite materno é outra razão apontada pelos especialistas como origem de alguns quadros de refluxo. No entanto, ele ainda é a melhor opção! Está comprovado que crianças alimentadas com leite em pó têm mais chances de apresentar refluxos. “O leite artificial é digerido com mais dificuldade que o leite materno, logo o esvaziamento do estômago é mais lento e a probabilidade de refluxos torna-se maior”, explica Jofre.

Para saber se o seu bebê anda sofrendo desse mal, procure auxílio de um pediatra. Além do exame clínico, atualmente existem formas mais sofisticados e precisas de diagnosticar a doença. Segundo o Dr. Jofre, são elas: Phmetria esofagiana (mede a acidez do esôfago), a ultrassonografia de abdômen (analisa a movimentação do esôfago e o esvaziamento gástrico) e exame de trânsito esofagogastroduodenal, que permite avaliar os períodos de refluxo.

Até os quatro meses de idade, a criança deve deitar virada para o lado esquerdo, pois essa posição comprime a válvula do esôfago e evita que ela tenha refluxos enquanto dorme

Prevenção e tratamento

Infelizmente, ainda não existem métodos para evitar o refluxo. Mas algumas medidas podem diminuir sua freqüência e intensidade. Colocar o bebê para mamar na vertical é uma boa forma de evitar que ele elimine o que acabou de comer. A ação da gravidade minimiza o refluxo e mantém os alimentos no estômago. Ao fim de cada mamada, coloque o pequeno para arrotar. “Assim, o ar deglutido durante a amamentação sai e não propicia a regurgitação”, explica Jofre. Depois, é só manter a criança em pé por alguns minutos. Uma boa dica é colocá-la em um sling – faixa de tecido que prende a criança à mãe por meio de um ajuste com argolas. Após as refeições, não agite demais a criança, nem a coloque para dormir.

A posição na hora de dormir é fundamental e pode diminuir a incidência dos refluxos. “Até os quatro meses de idade, a criança deve deitar virada para o lado esquerdo, pois essa posição comprime a válvula do esôfago e evita que ela tenha refluxos enquanto dorme – o que poderia até causar sua morte súbita. Outra dica é colocá-la para dormir semissentada, elevando a cabeceira da cama em até 45º ou utilizando almofadas antirrefluxo”, ensina Cylmara. Jamais coloque o bebê que sofre com refluxos para dormir de barriga para baixo ou para cima.

Algumas mães costumam engrossar a alimentação da criança para diminuir os refluxos. Acrescentar cereais à comida e farinha ao leite aumenta o peso dos alimentos e por ação da gravidade eles permanecem no estômago. Porém, nem todos especialistas apóiam a idéia. “No Brasil, as pessoas têm uma cultura de colocar farinha no leite a partir dos seis meses, mas isso só deve ser feito por indicação do pediatra”, lembra Cylmara.

Casos mais severos de refluxo precisam ser tratados com o uso de medicamentos. “A domperidona e a ranitidina auxiliam o esvaziamento do estômago e fortalecem a válvula do esôfago, auxiliando no seu fechamento. Já os antiácidos à base de hidróxido de alumínio e o omeprazol tratam as conseqüências do refluxo, como a azia e a inflamação do esôfago”, finaliza Jofre.

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