Respeitar a relação entre a mãe e o bebê é o ponto crucial da prática
O Brasil é um dos líderes mundiais de cesáreas. Elas representam mais da metade dos três milhões de partos realizados anualmente no país, em torno de 55%, segundo o último levantamento do IBGE. O índice é mais de três vezes acima dos 15% recomendados pela OMS. Mesmo entre os partos normais há um alto índice de medicalização, o que torna a experiência do parto um sofrimento para o bebê. Uma situação bem diferente do que acontece quando a mulher opta pelo parto natural e humanizado.
Esse tipo de parto segue os princípios do “nascimento sem violência” criados pelo obstetra francês, Frederick Leboyer. Entenda:
Os cuidados do parto humanizado
O ginecologista e obstetra Claudio Basbaum, que há mais de 40 anos realiza esse tipo de parto no Brasil, ressalta que os benefícios do parto humanizado são altamente positivos para a mãe e, evidentemente, para as crianças. Isso porque elas são recebidas com afeto, aconchegadas no seio materno, fortalecendo o vínculo mãe-bebê, dando-as o devido tempo para “aprender” a respirar e deixando-as mamar logo após o nascimento.
Para o especialista, o conceito de parto humanizado envolve obrigatoriamente o processo que se inicia desde quando a mulher descobre que está grávida e se estende por toda a gestação.

Quais os motivos e benefícios?
O maior motivo é atender com amplo respeito a fisiologia do trabalho de parto, eliminando todas as práticas rotineiras claramente prejudiciais e ineficazes que acontecem mesmo no “parto normal”. Além disso, trata-se de alcançar o momento soberano da acolhida do bebê. Sempre obedecendo os princípios do nascimento sem violência defendidos por Leboyer.
No parto natural, a mãe e o bebê têm o contato imediato e a maior vantagem está relacionada à amamentação. Na cesárea, o pós-operatório dificulta esse processo pela maior demora na “descida do leite” assim como pelo desconforto e maior dificuldade de locomoção da mulher após o procedimento”.
Com o parto natural, a mãe fica mais perto da criança logo após o nascimento, o que estimula a amamentação. O especialista também explica que o carinho da mãe e o contato com o leite materno nos primeiros instantes de vida são fundamentais para a saúde do bebê.
“É importante não só para combater a mortalidade infantil, como também para, no futuro, tornar essa criança mais segura e equilibrada emocionalmente”, finaliza o obstetra.