A medicina tem o potencial de revolucionar a vida de muitas pessoas através de medicamentos ou procedimentos que geram avanços no tratamento de doenças.
O outro lado da moeda, contudo, é que no meio dessas descobertas também ganham espaço boatos que carregam falsas promessas e prejudicam as pessoas que adotam os falsos tratamentos. É o caso do MMS, substância vendida com a promessa de curar o autismo.
MMS: veneno comercializado

O MMS (em tradução livre, Solução Mineral Milagrosa) é uma substância que começou a ser comercializada em fóruns de internet, ilegalmente e sem nenhum respaldo científico, sob a promessa de curar doenças como autismo, Aids, Câncer e outras várias.
O produto é uma solução aquosa composta por 28% de hipoclorito de sódio misturado com uma solução de ácido cítrico, o que produz o dióxido de cloro, um potente agente oxidante utilizado no tratamento da água. Ou seja, o resultado é um produto altamente corrosivo.
Em comunicado divulgado no YouTube, Renata Fonseca, gerente de fiscalização da Anvisa, afirmou que a solução não tem comprovação científica para ingestão em seres humanos e inclusive demonstra ser bastante prejudicial à saúde, não sendo nenhum pouco segura. Ainda segundo a organização, o dióxido de cloro é corrosivo e inclusive precisa ser manipulado com equipamentos especiais para não causar danos.
Composição perigosa
Um alerta divulgado pela Food Standards Agency, responsável por manter a segurança de produtos alimentícios do Reino Unido, afirmou que devido a sua fórmula, a ingestão das substâncias pode causar náusea, vômito, diarreia, desidratação e queda da pressão sanguínea.
MMS: falsa cura para o autismo
Uma alerta feito pelo pediatra Flávio Melo chama atenção para os falsos benefícios espantosos que o MMS promete, entre eles a cura do autismo.
O especialista explica que, no Brasil, grande parte das pessoas que compraram as substâncias foram movidas por essa motivação. A alegação do seu efeito seria que o MMS eliminaria germes, mais especificamente parasitas intestinais, que estariam entre as causas do autismo.
Seguindo esse falso benefício, o produto estava sendo oferecido via oral e até mesmo retal às pessoas com o transtorno na tentativa de curá-las.
Depois de inúmeras denúncia de danos graves causados pelo remédio, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) se posicionou mais duramente sobre o assunto e está fazendo um esforço extra para retirar qualquer anúncio na internet desse produto danoso à saúde – ele é proibido desde 2018 no Brasil.
De onde surgiu o MMS
O principal divulgador da solução foi o americano Jim Humble, um cientologista que teria chegado ao produto depois de supostamente dois de seus funcionários terem sido curados pós diagnóstico de malária. A partir da descoberta, Humble fundou a Igreja Genesis II de Saúde e Cura, também conhecida como Igreja do MMS, da qual é o líder.
Apesar de ter sido proibido em inúmeros países e de seus supostos efeitos benéficos nunca terem sido comprovados, o MMS continua sendo promovido em mercados ilegais e dentro de fóruns da internet por comerciantes que rechaçam os alertas da comunidade científica sobre o sérios riscos envolvidos em seu uso.
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