Alguns dias após dar à luz Noah e Aurora, a influencer Camila Monteiro compartilhou algo belo e inusitado. Com dificuldades de extrair leite devido à prematuridade do parto, a blogueira estava frustrada, mas, ao passar algumas horas com a filha no colo, notou leite vazando das mamas – algo que ainda não havia acontecido expressivamente, deu início a um volume maior de leite nas extrações e tem uma explicação científica.
Blogueira passou a produzir mais leite após ter a filha nos braços
Após dar as boas-vindas aos gêmeos Noah e Aurora em um parto prematuro, Camila Monteiro tem compartilhado com os seguidores as dificuldades relacionadas à amamentação. Como os pequenos nasceram antes da hora, a blogueira ainda não estava liberando leite – e, apesar da estimulação mecânica e manual nas mamas, o volume só aumentou expressivamente após um momento de proximidade com a filha.
Devido à prematuridade, os gêmeos de Camila estão em incubadoras para ganhar peso e, alguns dias após o nascimento, puderam finalmente ir para o colo dos pais. No terceiro dia de contato direto com a filha, porém, a influencer notou algo inusitado. “Quando a Aurora saiu do meu peito, chorou muito! Aquele choro sentido. Depois, percebi que meu peito vazou MUITO no lugar que ela estava [encostada]”, disse ela.
Maravilhada com a situação, ela deu detalhes, explicando que Aurora não chegou nem a encostar a boca em seu seio, mas agiu como se estivesse mamando a sonda pela qual é alimentada. “Ela fazia barulhinho com a boquinha, como se estivesse mamando […]. Meu peito começou a vazar leite o tempo todo! Foi surreal”, compartilhou ela que, agora, tem extraído volumes cada vez maiores de leite.
Por que isso acontece?
Segundo Vanessa Mouawad, pediatra neonatologista da Maternidade Pro Matre e dos hospitais Albert Einstein e São Luiz, o que aconteceu com a influencer ocorre com muitas mães – e isso não é uma coincidência. Conforme explica, bebês ajudam, sim, a estimular a produção e ejeção do leite materno, e isso pode acontecer mesmo quando não há contato entre a boca do recém-nascido e o peito.
De acordo com a especialista, a sucção do bebê no bico do seio faz com que haja tanto uma produção maior quanto uma liberação mais avantajada de leite materno e, ainda que máquinas busquem simular a mamada, não são tão eficazes quanto os próprios recém-nascidos. Além disso, porém, a simples proximidade física com o bebê tem um efeito parecido e isso tem a ver com os hormônios.
“Quando o cortisol, hormônio do estresse, está lá em cima, a mãe está muito estressada, isso atrapalha a amamentação, atrapalha na ejeção do leite. Muitas vezes, a mãe tem o leite, mas ele não consegue ser ejetado – um dos fatores pelos quais muitas não conseguem extrair”, explica a pediatra, afirmando que, no caso de Camila e muitas outras mães que notam o mesmo, a sensação trazida pelo bebê “quebra” o estresse.
“O que provavelmente aconteceu foi que o bebê, quando foi para o colo dela, a fez liberar ocitocina, o hormônio do amor, e a ocitocina ajuda na liberação do leite. É por isso que cada vez mais a gente estimula que haja a ‘golden hour’”, afirma, se referindo à técnica de levar o bebê para o colo da mãe logo após o nascimento, mantendo os dois juntinhos durante ao menos uma hora.
“A gente coloca em pele-a-pele com a mãe para esse leite já ir sendo produzido, liberado. Essa mamada na primeira hora aumenta a chance de sucesso no aleitamento. No caso de bebês prematuros, a maioria não consegue ter a ‘golden hour’, mas têm o benefício da mamada posterior. O quanto antes o bebê conseguir ir para o peito, mais rápida vai ser a liberação do leite”, afirma.