Unha do bebê

Toda vez é a mesma coisa: seu filho tem garras de gavião e não deixa cortar. A pirraça, normal a partir de um ano de idade, não dá trégua e o chororô começa quando, desejando ser um polvo, você o envolve com braços e pernas na tentativa de fazê-lo parar de se debater e, ao mesmo tempo, conseguir aparar as unhas do filhote. Ufa! Praticamente uma operação de guerra. De acordo com especialistas não é necessário nada disso. Cortar as unhas pode ser simples. Quer ver?

Quando nascem, as crianças têm a unha mais mole, semelhante a uma pele endurecida, por isso são necessários alguns cuidados para prevenir inflamações e ferimentos. Para começar, você precisa criar o melhor momento. Tem que ser uma hora em que tudo esteja muito tranquilo. “Isso varia muito de criança para criança. Pode ser durante o sono pesado, quando está mamando ou distraída com alguma coisa”, ensina a podóloga Mildre Buorlo, que orienta os pais a não insistirem no caso da criança abrir o berreiro. “Nesse caso, tente cortar por etapas. Assim ela acaba acostumando sem deixar traumas”, diz.

Momento criado, estabeleça uma rotina. “Corte sempre no mesmo período no dia, associe a algo que a criança goste muito de fazer como uma brincadeira, um livro, um desenho. Dessa forma, toda vez que a mãe usar um desses métodos, a criança irá associá-lo ao corte de unha”, orienta Mildre.

É necessário utilizar o equipamento correto e que seja só de uso da criança. Prefira tesourinhas pequenas e de bico redondo. “O famoso cortador de unha não é muito aconselhável para bebês, pois a unha é tão pequenina que o cortador pode acabar machucando o dedo da criança”, avisa a podóloga. Mas tudo vai da adaptação da mamãe. Já existem no mercado alguns cortadores com lupa, que facilitam a visualização. E nada de cortar a unha muito curta ou arrancar pedacinhos ou peles. ” Corte sempre em linha reta e não deixe muito rente. Nunca cutuque as laterais, pois não há necessidade”, aconselha Mildre.

Normalmente nos primeiros dias de vida o bebezinho deve ter as unhas cortadas. “A criança já nasce com a unha comprida. Às vezes o primeiro corte é feito dentro da própria maternidade pelas enfermeiras”, observa Mildre. No entanto, se a mamãe fizer questão de realizar a façanha, a enfermeira Mariana de Simone aconselha: “Coloque uma luvinha na mãozinha do bebê até que esteja realmente segura para desempenhar essa função. A unha do bebê parece um papelzinho e fica bem grudadinha na pele do dedinho e, com isto, o risco de machucar a criança é grande”.

As unhas podem ser cortadas a qualquer momento em que estiverem compridas. No geral, as unhas das mãos crescem mais rápido e são cortadas toda semana. Já as dos pés demoram cerca de 15 dias para crescer.

Quando detectam algum problema nas unhas dos bebês as mães costumam levá-los ao pediatra, que encaminha a criança para tratamento. O importante é que, ao menor sinal de inflamação, a mamãe procure atendimento profissional. “Se os dedinhos estiverem com inchaço, vermelhidão ou com infecção é aconselhável não mexer”, aconselha a podóloga Yumi Ikeda.

Unha Encravada

Muitos bebês já nascem com unhas dos pés encravadas e, se não for realizado um corte correto, sofrerão sempre com o problema. “Isso acontece porque a pele forma uma barreira ao seu crescimento e, como a unha não para de crescer e é mais dura, ela penetra na pele podendo causar dor e ate inflamação”, esclarece Mariana de Simone.

Quando não trazem a unha encravada do útero, um momento bastante propício para o aparecimento delas é quando os bebês começam a engatinhar. Aí é atrito pra cá, atrito pra lá: lascam, quebram e ferem as unhas. Outras estripulias do bebê podem ocasionar o problema. “Chutes no berço e carrinhos podem gerar pequenos traumas que venham a se transformar em uma unha encravada”, alerta Yumi Ikeda.

Mamães podem ter sua parcela de culpa na história: macacões com pezinho ocasionam traumas e meias e sapatos apertados costumam ser vilões. A genética também pode influenciar. “Nas unhas da mão é muito mais difícil acontecer. Quando acontece pode ser por problema de má formação, corte incorreto ou acidentes”, diz Mildre Buorlo.

O que fazer se o pequeno está com o esse “probleminha”? Primeiro, é necessário identificar o porquê daquela unha encravada. Observe se o sapatinho está apertado, se o macacão com pé está pequeno e fazendo pressão nos dedos, se as meias têm costuras grossas ou se o corte está incorreto.

Massagear os dedinhos utilizando um creme ou óleo pode ser uma excelente opção. “Isso dá um alívio na pressão do dedo sobre a unha, fazendo com que aquele momento seja muito prazeroso para a criança”, ensina Mildre, que alerta: “A massagem deve ser feita com cuidado, bem de leve, com movimentos circulatórios ou escorregando os dedos para cima e para baixo. Nunca massageie com força em cima da unha pois, como a criança está em fase de crescimento, pode ser que afete a formação da mesma”, finaliza.

Na próxima página, leia o passo a passo de como cortar a unha do bebê