Com que esporte eu vou?

Todo mundo sabe como é importante fazer exercícios físicos, seja por questões de saúde ou meramente estéticas. Tem gente que até se esforça: paga o plano trimestral na academia, compra um monte de roupinhas de malhar, jura de pés juntos que vai levar a sério, mas não adianta – acaba pendurando o tênis na primeira semana da série de musculação. Talvez a preguiça mortal só de pensar nos halteres e nos aparelhos de ginástica seja sinal de que está faltando unir o útil ao agradável. Ou seja, a atividade física ao prazer. E o caminho para isso pode não ser o da academia, mas algum esporte que combine com sua personalidade e estilo de vida. O estímulo?! Ah, pode ser o desafio de um jogo, o contato com a natureza ou mesmo a interação com os amigos. Vale tudo para não ficar parado.

Parece que a academia de ginástica é a opção mais óbvia, já que tem uma em cada esquina, prometendo mundos, fundos e barriga tanquinho. No entanto, nem todos se adaptam ao perfil da malhação e, até se darem conta de que não nasceram pra isso, gastam tempo e dinheiro. “Me matriculei em tudo quanto é academia perto de casa. Ficava no máximo um mês, achava um saco e parava. Até que percebi que não suporto aquele climinha, música alta, as gatinhas e os marombeiros”, reclama a redatora Ana Cristina Lima. Foi aí que, como um desses recados dos céus, ela recebeu uma filipeta de desconto em um clube ao lado do trabalho e trocou a calça de ginástica pelo maiô. “Comecei a nadar na hora do almoço e adorei. Na piscina, me desligo dos problemas do escritório e, no verão, ainda pego uma corzinha”, conta. Mesmo com a chegada do inverno, previsto para ser o mais frio dos últimos anos, ela diz que não perdeu a disposição. “Não tem nada a ver, a piscina é aquecida e nem cogito parar de nadar”, afirma. Tudo isso porque, além da paixão pela natação, Ana Cristina notou mudanças no corpo, como melhor tônus muscular e perda de peso.

A natação é mesmo o esporte mais completo, segundo o professor de ginástica da 4Fit, em São Paulo, Marco Antônio Nobre Caetano. “Trabalha as pernas e membros superiores, braço, peito e costas”, afirma. Nadar modela o corpo, corrige a postura e também é indicado na prevenção de asma e bronquite. Uma hora de natação pode queimar aproximadamente 500 calorias – o equivalente a cerca de 12 brigadeiros.

Praticar exercícios ao ar livre é outra excelente opção para quem não quer se enfiar numa academia de ginástica. O analista de sistemas Paulo César Teixeira faz esportes que lhe dão prazer como o surf, o tênis ou uma pelada com os amigos no fim de semana. “Não gosto de ficar parado. Quando não tenho companhia para jogar, dou, pelo menos, uma corrida na praia”, conta. Esteira ou bicicleta ergométrica, nem pensar, já que Paulo prioriza o contato com a natureza. Para ele, os resultados físicos são mera conseqüência. “Me sinto saudável, de bem com o corpo e é isso que importa”, afirma. Mesmo dizendo não se preocupar com a balança, em uma hora de corrida, Paulo queima aproximadamente 700 calorias – convertendo em gulodice: um Big Mac e uma lata de refrigerante. Correr também melhora as condições cardiovasculares e trabalha os músculos das coxas, pernas e quadril. Márcia, esposa de Paulo, entrou no ritmo do marido e passou a correr na praia. “Eu era péssima, em dez minutos já colocava a língua pra fora. Por isso, fiz aula de indoor running. Agora, corro de 30 a 40 minutos diariamente. É ótimo pra mulher, porque seca a barriga e malha perna e bunda. E melhor: é de graça!”, ressalta.

Há os que começam a praticar esporte ainda na infância, tomam gosto e não param mais. É o caso da dentista Isabela Ramalho que começou a jogar vôlei aos 11 anos. “Aos 15, conheci um pessoal que tinha uma rede na praia. Desde então, jogo todo fim de semana, faça chuva ou faça sol. Virou um vício”, confessa. Segundo Isabela, não há prazer maior do que fazer um ponto bonito e ganhar a partida. “O gostinho da vitória é muito bom. Além do mais, o vôlei faz bem à saúde, fico queimada e aproveito a praia rodeada de amigos engraçados”, conclui. O exercício é intenso uma vez que a areia fofa exige muito esforço. Dá pra queimar cerca de 400 calorias por hora ou um milk-shake de chocolate.

Apesar de todos os benefícios, alguns cuidados são necessários antes e durante a prática de esportes. “Quando chego na areia, nem sento. Emendo uma partida na outra. Já quase passei mal algumas vezes”, admite Isabela. Marco Antônio, da 4Fit, ressalta a necessidade de hidratar o corpo durante a atividade física. “No inverno, o cuidado tem que ser redobrado, porque você não sente tanta sede. Aconselho beber muita água ou até um isotônico. Álcool, de jeito nenhum, porque acelera a desidratação e não combina com esporte”, afirma. O professor também alerta que quem sai para tomar um chope depois da partida, não consegue resultado nenhum. “O esporte vira apenas lazer e a barriguinha vai ficar sempre dilatada”, rebate.

Ainda em dúvida sobre o esporte perfeito pra você? Marco Antônio dá uma mãozinha: “Atividades como natação e corrida são indicadas para pessoas que preferem treinar sozinhas, sem depender de turma e que se sentem impulsionadas a vencer os próprios limites. Quem procura uma luta, já é mais sociável, treina força e pode se identificar com a filosofia do esporte. E os coletivos, como vôlei e futebol contam com o entrosamento com a galera e instiga os que gostam de competir”, teoriza.

Decidido o esporte, certas precauções são fundamentais. “Todo mundo tem que realizar alongamento antes do exercício e usar material de qualidade de acordo com cada esporte: tênis com amortecimento, óculos, touca.. Vale a pena o investimento”, diz Marco Antônio. O professor destaca a importância de fazer exames médicos antes de começar a prática de qualquer atividade física, principalmente no caso de esportes de explosão como basquete, vôlei e futebol que exigem muito do corpo. Depois disso, é só correr, nadar ou pedalar atrás da sua boa forma.