O Brasil pode ter lá seus problemas, mas quando se fala em beleza, nosso país tem um grande prestígio, tanto no tocante aos profissionais ligados a essa área, quanto aos padrões que a própria mulher brasileira cria para si própria, sem que ninguém de fora ensine nem lhe diga o que fazer. Se o tema se liga ao que é mais sexy, mais atraente, mais picante, somos os campeões sem dúvida.
A depilação é um dos assuntos em que as brasileiras fizeram escola, ditaram normas e foram imitadas mundo afora. Seja pelo tamanho de nossos biquínis, pela mania de higiene das brasileiras, pelo padrão sensual de beleza daqui, depilam-se áreas bem maiores do que em qualquer outro lugar do mundo.
Nos salões sofisticados de Paris, Amsterdam ou Nova York já se pede, faz algum tempo, a depilação no estilo “brazilian”. Com algumas variações regionais, é a depilação ampla da vulva, incluindo região dos grandes lábios e em torno do ânus, deixando só um pouco de pelos na frente, na região triangular do púbis.
O termo “depilação cavada” serve para diferenciá-la da depilação total, chamada pelos médicos de tricotomia, feita normalmente antes das cirurgias, inclusive das cesarianas, mas procurada por algumas mulheres que escolhem assemelhar-se a garotinhas impúberes, pelo menos nessa região.
A depilação cavada é bem mais procurada, melhor aceita, já que não se perde totalmente os pêlos da região genital, que servem como certa proteção. Mas o fato de alguém se depilar mais generosamente não quer dizer necessariamente que ficará em perigo, pois se observando a higiene e o uso de calcinhas com forro de algodão nesta área, isso pode ser bem controlado.
O problema dessa depilação extensa é que aumentam as chances dos transtornos comuns a qualquer tipo de depilação: pêlos encravados, irritações, bolinhas inflamadas…
Para as que têm pêlos muito grossos e já são propensas a este tipo de problema, com freqüentes inflamações na virilha, nódulos doloridos por pêlos encravados, ideal é pensar em fazer um dia a depilação a laser Lightsheer (de diodo).
Mas para quem a depilação não causa muitos incômodos, pode-se experimentar o aspecto “limpinho” e sexy, inegavelmente provocante, da depilação cavada, que passa uma mensagem subliminar de que se está “em forma” e “pronta para o amor”. Sim, pois permite os biquínis bem pequenos, sem preocupação de que pêlos indesejáveis estejam aparecendo. Já a conotação sensual fica implícita especialmente quando as hábeis depiladoras sofisticam fazendo verdadeiros desenhos com a exígua faixa de pêlos que resta na frente.
A depilação é feita na maioria das vezes com cera. Dói mais, é verdade, já que a pele em torno dos grandes lábios é mais frouxa e sofre um certo tracionamento. Para dar o acabamento, muitas usam um pente de plástico fino e isqueiro, com o fogo servindo para aparar arestas, vejam só! Outras completam com pinça ou tesourinha e chegam a fazer desenhos de coração, flor, iniciais do nome do homem homenageado, esferas, faixas retas, triângulos e losangos.
A própria mulher pode fazer em si mesma, inclusive usando lâmina comum, desde que seja habilidosa e passe antes um sabonete líquido, creme ou espuma para que a lâmina deslize cuidadosamente, evitando cortes e ferimentos.
A área na parte interna das nádegas, em volta do ânus, pode ser depilada com certa facilidade durante o banho, afastando-se as nádegas com uma das mãos, enquanto com a outra se desliza suavemente a lâmina, tendo-se o cuidado de passar sabonete suave antes.
Já para fazer cera sozinha é bem mais traumático, pois um dos fatores de sucesso é a depiladora puxar a cera firmemente em poucos movimentos, para que a dor seja rápida e suportável.
Mas quem pensa que isso é uma invenção moderna engana-se. Há relatos curiosos em nossa literatura, de garotas de cabarés dos anos 30 e 40, no nosso sertão, que já tinham como grande atrativo, cochichado entre os clientes que buscavam sexo divertido e misterioso, uma virilha em forma de coração.