Depois dos personal trainers, personal stylists, personal financists e personal coaches, até os regimes começam a ser personalizados. Cada vez mais, cresce o número de pessoas que procuram um nutricionista para seguir uma dieta que se adapte ao paladar do paciente, segundo dados da Associação Brasileira de Nutrição (Asbran). Algo muito natural, já que Deus não faz uma pessoa duas vezes – nem mesmo os gêmeos idênticos. Os gostos variam conforme a personalidade de cada indivíduo. O que serve para um pode não servir para o outro. Uns preferem carne, alguns preferem peixe e tem gente até que não prefere coisa alguma, alimentando-se apenas de vento. Mas o objetivo é um só: ter uma silhueta esbelta.
A preocupação é mundial. Só no Brasil, 53% das mulheres fazem regime, o que aumentou o consumo de remédios para emagrecer em 500% nestes últimos seis anos, de acordo com a Agência Nacional de Saúde (Anvisa). A meta de um corpo magro é difícil, quiçá, impossível para alguns. Mas o fato é que não é preciso ter dinheiro e nem ser uma figura pública para desfilar orgulhosa num biquíni ousado: basta ouvir o corpo. Pelo menos, é o que algumas mulheres em plena forma física afirmam.
Elas não são nem atrizes, nem modelos e muito menos personal treiners, mas sabem cuidar das gordurinhas sem afetar a saúde. Cada uma segue uma dieta própria e não se parecem em quase nada: pesos e alturas diversas, idades diferentes, profissões variadas e paladares opostos. Mas uma coisa elas possuem em comum: conhecem a língua do próprio corpo. Ele fala, e é preciso escutá-lo: dormir a quantidade de horas que o sono pede, comer somente quando se tem fome, descobrir quando a gula é causada por ansiedade ou mesmo comer um bombom quando se tem vontade. Para elas, é preciso ter prazer sem agredir-se, pois do contrário, nada feito!
Renata Dalallana, 25 anos, estudante.
Renata vive uma vida tensa. Estuda quase oito horas por dia para passar num concurso público. No entanto, a estafa e o nervosismo não são desculpa para a moça descuidar-se da aparência: ela vai à academia sete vezes por semana e seu maior combustível são as verduras e proteínas. “O exercício é minha válvula de escape. Estudo muitas horas por dia e acabo ficando tensa por causa da rotina e da expectativa. O estresse é tão grande que vivo tendo probleminhas pequenos de saúde como viroses, inflamações e esse tipo de coisa. Mas não vou negar que também me preocupo com a estética”, afirma ela.
Dona de um corpo bem torneado, Renata entrou numa academia quando tinha apenas 14 anos. Sua maior inspiração para fazer os exercícios vinha da própria mãe, que, segundo a estudante, também se preocupava em manter a boa forma. Na época, ela fazia natação para a parte aeróbica e musculação para o ganho de massa. Foi assim até completar 22 anos. De lá para cá, a jovem iniciou um novo programa de treino que incluiu o boxe, esporte onde ela mais descarrega a tensão, e corrida na esteira, duas vezes por semana.
Algumas vezes, quando dá vontade, eu como um docinho, mas é só uma colherzinha
Mas a boa forma física de Renata não se explica só pelas atividades, mas também pela alimentação. “Como tenho facilidade para engordar, por causa do hipotireoidismo, evito comer carboidratos. Meu café da manhã, geralmente, é só um iogurte. Não como nada até o almoço”.
A jovem já chegou a pesar dez quilos a mais depois de um período em que morou na Austrália e argumenta que precisa ser vigilante com sua alimentação. “Não erradico as frutas, mas não como nada com farinha e nada que seja industrializado, porque engordam muito. Algumas vezes, quando dá vontade, eu como um docinho, mas é só uma colherzinha”, confessa. No verão, ela diz sentir uma perda de apetite devido ao calor. “Quando está muito quente, eu ataco os sucos. São bem refrescantes”, conta. De resto, Renata explica que sente prazer em comer uma boa salada no almoço e no jantar: “Geralmente faço uma salada verde, de alface, rúcula, cebola, tomate, palmito, sem qualquer tipo de molho cremoso. Enfim, o que tiver de interessante na minha geladeira pode virar um prato gostoso”.
