Durante os nove meses de gestação, a mulher grávida come por dois, não encolhe a barriga, usa miniblusa e ainda ouve elogios do tipo “Nossa! Que barrigão lindo”. Enquanto o bebê está morando lá dentro, a barriga-residence-hotel é sinônimo de beleza e saúde. O problema é depois do parto, quando o neném sai e a barriguinha fica. Aí é aquela história: a ex-grávida linda sai da maternidade como a mais nova gordinha do pedaço, inchada, precisando emagrecer. E não é só a cintura que não é mais a mesma. Os peitos ficam enormes, às vezes, flácidos, e ainda pode aparecer uma gordura localizada nas costas que antes não existia. Mas não há motivo para pânico, porque é possível ser uma mãe bonitona – “a mais bonita do mundo” como o seu filho um dia vai dizer. Então, nada como estar por dentro das opções para voltar à forma e curtir as maravilhas da maternidade com o corpinho em cima.
Por mais que os quilos a mais incomodem, não dá para partir para uma dieta radical logo de cara, porque existe uma pessoinha que depende da sua alimentação para crescer saudável. “No pós-parto, a mulher deve ter uma dieta equilibrada, de 2.500 calorias, priorizando o consumo de proteínas. Enquanto um indivíduo comum deve ingerir 56 gramas de proteína por dia, a mulher em fase de amamentação tem que ingerir mais de 100. Por isso, deve comer bastante laticínios, ovos e leguminosas”, afirma o nutrólogo Euclésio Bragança, presidente da Integral Médica – laboratório de suplementos nutricionais, ressaltando ainda que a amamentação é de suma importância, pois vai garantir o desenvolvimento do sistema imunológico do bebê e diminuir os riscos de aparecer uma gripe, dor de ouvido ou garganta.
Tudo bem que a alimentação reforçada é fundamental para ter um leite forte, mas também não é desculpa para enfiar o pé na jaca. Segundo Dr. Euclésio, a mulher deve evitar gorduras, chocolates, doces, além de bebidas alcoólicas, café, conservantes, corantes e temperos fortes. “Nessa hora, a vaidade deve ficar em segundo plano, levando em conta apenas as necessidades do bebê. Quando parar de amamentar, a mulher pode voltar para a dieta de 2000 calorias e não terá problemas de obesidade”, afirma o médico.
O jeito é tentar recuperar a silhueta antiga fazendo atividades físicas. Mas dá pra começar a malhar logo depois de ganhar o bebê? “Depende do tipo do parto: quem fez normal pode começar a fazer exercício físico depois de um mês. Já as que fizeram cesariana têm que esperar um pouco mais, por conta dos pontos, para ter um boa cicatrização”, explica a personal trainer Kika Takigahira. De uma forma ou de outra, é importante que o processo seja lento, começando por caminhadas ou aulas de alongamento. “Hidroginástica é um exercício excelente, pois trabalha a parte aeróbica e também a força a resistência. Mas é importante que a mulher respeite os seus limites, sem se preocupar em acompanhar o resto da turma”, sugere Kika, ressaltando ainda que dentro de dois ou três meses já dá pra praticar esportes sem maiores preocupações, sobretudo as mulheres que já tinham um histórico de atividades físicas regulares antes da gravidez. Além dos benefícios ao corpo, como enrijecimento e perda de peso, a ginástica pode evitar problemas de maior gravidade como a depressão pós-parto. “Ao praticar exercícios, há liberação da substância betaendorfina, que dá sensação de bem-estar e espanta a depressão”, afirma Kika.
Além das atividades físicas, as clínicas de estética disponibilizam um monte de tratamentos que prometem dar uma mãozinha na hora de fechar o zíper da calça jeans. O cirurgião plástico Sérgio Antônio Zílio, membro do conselho médico da Onodera Estética, aponta os procedimentos mais comuns e que dão bons resultados. Segundo o médico, a drenagem linfática visa diminuir o acúmulo de líquidos através de massagens. Já a massagem modeladora tem uma pegada mais forte e pode distribuir melhor a gordura localizada. A corrente russa busca combater a flacidez muscular através de estimulação elétrica da musculatura. E as injeções da mesoterapia diminuem a gordura no exato lugar em que são aplicadas. “É necessária uma avaliação clínica para saber qual é o tratamento mais indicado para cada caso, podendo também associar mais de uma tratamento ao mesmo tempo. Em geral, num primeiro momento são feitos pacotes de dez sessões, duas vezes por semana e os resultados são excelentes”, afirma Dr. Sérgio.
Se depois disso tudo ainda parecer impossível voltar aos velhos tempos, talvez seja a hora de apelar para a faca. “Quando a mulher engorda muito durante a gravidez e há distensão muscular, não adianta passar o dia todo fazendo abdominal porque não adianta. Só uma intervenção cirúrgica pode resolver”, explica a cirurgiã plástica Dra. Deusa Pires Rodrigues. Segundo a médica, a maioria das mulheres vai ao seu consultório para dar um jeito nos pneuzinhos ou na comissão de frente. “Para as que reclamam que a mama murchou depois da gravidez, o melhor é recorrer a uma prótese de silicone, que só dá uma cicatriz de três ou quatro centímetros. Já as que têm seio muito grande e não podem aumentar, têm que fazer uma cirurgia de mama que deixa cicatrizes maiores em volta da aréola e além de uma cicatriz vertical”, afirma a cirurgiã.
Para dar adeus aos pneuzinhos na barriga e nas costas, uma lipoaspiração dá conta do recado. “Por orifícios de quatro milímetros, que tentamos fazer exatamente na marquinha de biquíni, as cânulas são introduzidas e destroem e aspiram gordura, diminuindo suas espessura em até 80%”, revela Dra. Deusa, acrescentando ainda que os casos mais graves podem requerer uma cirurgia do abdome para tirar o excesso de pele e reforçar a musculatura abdominal. Ou seja, para tudo dá-se um jeito: não importa o tamanho do problema ou da gordurinha que ficou depois da gravidez, há sempre uma forma de se livrar dela e virar a mãe mais bonita do mundo – não apenas aos olhos do seu filho.