Malhação aquática

Ah, o verão… Hora de vestir aquelas roupas fresquinhas e desfilar por aí aquelas partes do corpo que ficam escondidas por debaixo dos panos durante as outras estações. Nesta época do ano, a malhação se intensifica, afinal todo mundo deseja manter a forma – e, por quê não dizer, exibi-la. Mas esse calorão que vem fazendo lá fora também pode ser um bom motivo para dar um pontapé na rotina e variar um pouco as atividades na academia. Uma boa maneira de fazer isso é vestir o maiô e cair na água. Pois é, ao contrário do que muita gente pensa, atividades aquáticas não são coisa de gente velha. Hoje, além das já conhecidas natação e hidroginástica, existem diversas modalidades de exercícios na piscina. Refrescam, modelam o corpo, melhoram a resistência cardio-respiratória e ainda relaxam a mente. E melhor: com resultados mais rápidos do que você imagina!

A principal vantagem dos exercícios na água é a ausência de impacto. Como o corpo fica mais leve dentro da piscina, não há risco de ocorrer um movimento brusco ou forçar demais as articulações. Só mesmo em atividades mais intensas é o que o cuidado precisa ser redobrado. O bom é que pessoas de qualquer idade, independentemente do nível de condicionamento físico, podem usufruir dos benefícios das atividades aquáticas. E olha que não são poucos: aumento do tônus muscular, melhora da capacidade cardíaca e da postura, perda de peso, maior força e flexibilidade… Além disso, o gasto calórico pode ser até duas vezes mais elevado do que o obtido pelos exercícios praticados no solo. Isso porque, segundo pesquisas, a resistência oferecida pela água é oito vezes maior do que a do ar. Ou seja: a força para realizar as atividades é maior e mais intensa do que a praticada no chão da sala de aula.

Confira quais são as atividades que já estão tomando conta das piscinas das academias pelo Brasil afora. É bom notar que a maioria delas tem duração de cinqüenta minutos a uma hora e, o melhor de tudo, cada um pode praticar de acordo com seu próprio ritmo. Mas, antes, os especialistas fazem duas recomendações. A primeira é passar por uma avaliação física, para descobrir quais são as suas dificuldades, necessidades e limitações. A segunda é em relação aos objetivos: se a idéia é definir o corpo mais rapidamente, o ideal é cair na água três vezes por semana.

Power Pool – É uma combinação de exercícios de resistência cardio-respiratória, com coreografia e movimentos simples. As turmas são formadas com gente de todas as idades, pois as aulas são dinâmicas, animadas, com algumas brincadeiras. “A proposta é se condicionar bem, mas cada um faz no seu próprio ritmo. É possível gastar entre 400 e 600 calorias em uma aula, mas isso depende do aprendizado dos movimentos, da coordenação motora do aluno e do nível de dificuldade”, explica Alexandre Barboza, coordenador do parque aquático da academia Bodytech, no Rio de Janeiro.

Acquatraining – São quatro modalidades alternadas, que trabalham diversas partes do corpo: cama elástica (o chamado hidrojump), taeboxe (exercícios com movimentos de arte marcial), ginástica localizada (com auxílio de acessórios com pesos) e hidrobike (ou spinning aquático). Esse treino não é muito recomendado para idosos e pessoas com problemas ósseos e musculares, por causa dos pesos e da bicicleta.

Power Spin – É uma aula de spinning na água, com uma bicicleta especial. Além de fortalecer os músculos dos membros inferiores, ajuda a perder peso. Os exercícios são intensos, com uso da força e da velocidade. A freqüência cardíaca é alta. Por ser uma atividade que exige muito esforço, não é recomendada para pessoas com problemas articulares ou dor nas costas. O gasto calórico pode chegar a 600 calorias por aula.

Hidropower – Aula de hidroginástica turbinada, com mais pesos e mais intensidade, que atrai até mesmo idosos na faixa dos oitenta anos. “Eles não estão apenas preocupados com o condicionamento físico, mas com os resultados estéticos também”, comenta o professor Alexandre. É uma boa pedida para quem quer definir os músculos rapidinho e ainda queimar gordura, porque cada aula combina exercícios localizados e aeróbicos. O gasto é de nada menos do que 500 calorias.

Hidrotaeboxe – Socos, chutes e movimentos de artes marciais, tudo feito dentro da piscina. A resistência provocada pela água faz com que seja preciso usar muito mais força para realizar a coreografia. Os movimentos são fortes e rápidos, então haja fôlego! No entanto, por ser composta de muitos movimentos repetitivos, a aula pode não ser uma boa dica para quem não pode forçar as articulações. Quem não tem esse problema, pode sair da água com 600 calorias a menos e um corpinho muito bem definido.

Triathlon aquático – Esse é para quem tem pique de sobra, pois reúne corrida, ciclismo e natação, tudo na água. Só para se ter uma idéia, a corrida é feita sem encostar os pés no chão. Como assim? Usando um colete flutuante. A aula, com duração de uma hora, funciona na forma de um circuito: a turma é dividida em grupos e cada um deles vai fazer alguma atividade por cerca de dez minutos: natação, corrida ou ciclismo. Passado esse tempo, o grupo troca de atividade. Por exigir um bom condicionamento físico, o triathlon aquático é recomendado para turmas de nível intermediário e avançado. Mesmo sendo agitadíssima, a atividade não danifica as articulações e pode ser feita por gente de qualquer idade, cada um no seu próprio ritmo.

Hidrojump – É a modalidade mais comumente oferecida pelas academias durante o verão. Trata-se de uma aula de hidroginástica realizada sobre uma mini-cama elástica individual. Cada aula trabalha coordenação motora, equilíbrio e força. Pulando na cama elástica, as pernas vão se fortalecendo e os músculos vão ficando bem durinhos. A capacidade cardiovascular também é beneficiada pelo exercício. E lá se vão 400 calorias…

É, mas quem foi que disse que atividades aquáticas também não são sinônimo de relaxamento? Entre as aulas mais oferecidas pelas academias, estão duas modalidades que prometem fazer você sair da academia levinha, levinha…

Watsu ou shiatsu na água – Já pensou reunir os deliciosos toques do shiatsu com uma água quentinha, para descarregar o stress? Essa é a proposta do watsu. É uma técnica de relaxamento profundo e alongamento, criada nos Estados Unidos. A única coisa que o aluno tem de fazer é relaxar, pois é o professor quem vai manipulá-lo. Ao contrário das outras aulas na água, esta está mais preocupada em trabalhar a sensibilidade do aluno do que a coordenação motora. De acordo com a professora Andréa Monteiro, a atividade é muito procurada por pessoas com stress emocional, fobias, carência de afeto, ansiedade e distúrbios do sono. “Muitas pessoas relaxam tanto que chegam a chorar”, comenta. Por mexer muito com as emoções, a duração da aula varia de acordo com a suportabilidade de cada aluno.

Relaxamento aquático – É uma ótima pedida para descansar o corpo e a mente depois de alguma atividade física intensa ou, simplesmente, acabar com as tensões. “Pode ser feita todo dia, por gente de qualquer idade. É uma aula de curta duração, reúne alongamento e algumas manobras do watsu”, diz a professora Andréa. Enquanto a pessoa alonga, flutua e esquece os problemas, ouve um fundo musical bem calmo.

Viu só? Tem atividades para todos os gostos e objetivos. Basta escolher a que mais combina com você e – tchibum! – cair na água.