Cerimônias de casamento > Cerimônia budista

Budismo

Segundo o especialista Khaled Assary, a cerimônia começa com os mesmos rituais praticados nas outras celebrações budistas. Após uma homenagem a Buda, são proclamados os três refúgios: os nubentes repetem frases de compromisso com Buda, com Dhamma (ensinamentos e doutrinas de Buda) e com Sangha (comunidade budista). Em seguida, são repetidos os cinco preceitos básicos do budismo. “Não destruir os seres vivos, não roubar, abstenção de comportamento sexual errôneo, de maneiras errôneas de falar e de substâncias psicoativas com altas doses químicas”, complementa.

A partir daí, acontecem oferendas no altar. “São três tipos: a vela, o incenso e as flores“, descreve Assary. Cada oferta tem uma simbologia distinta. Na primeira, a da vela, o significado está na chama, símbolo da luz que dissipa as trevas da ignorância. O monge explica o significado e passa a vela aos pais do noivo, que repassam-na para a noiva, responsável por acendê-la no altar. O mesmo processo acontece com o noivo.

O segundo elemento, o incenso, simboliza que, assim como o seu odor toma conta do lugar, os servos de Buda devem contagiar os que estão à sua volta. O oferecimento do incenso ao altar segue a mesma ordem do da vela. Por fim vêm as flores, que simbolizam a impermanência do corpo. A noiva, nesse momento, oferece ao altar o seu buquê. E a mesma ordenação se segue.

Os próprios noivos devem preparar uma bandeja de frutas para ofertar. “Esse ritual simboliza o amor à natureza. Podem ser quaisquer frutas mais nobres e pequenas para facilitar o transporte ao altar”, descreve. No budismo, explica, são aceitas as alianças como forma de oficialização do casamento.

A troca de alianças é seguida pelo ritual do arroz: “São duas vasilhas: uma maior cheia de arroz representando o suprimento mundial de alimento, já que 2/3 das comidas no mundo têm arroz e trigo em sua composição. E a outra pequena, vazia, significando a casa dos noivos. Eles devem encher aquela que representa a sua casa até transbordar”. Isso significa, segundo Assary, que primeiro o casal deve suprir a sua casa e depois “deixar transbordar”, no intuito de ajudar aos mais necessitados.

O tradicional beijo da noiva nos casamentos ocidentais tem sua correspondência no final do ritual budista. “Ao final da cerimônia, o noivo oferece um buquê maior e mais bonito à noiva para substituir o primeiro oferecido no altar e também em sinal de amor”, conclui.