PMMA no bumbum

Gretchen usa PMMA para harmonizar bumbum e enfrenta críticas: há indicação para uso estético?

Entenda se a polêmica substância PMMA é liberada para uso, e quais as indicações e riscos dele

Em meio a mais uma leva de procedimentos estéticos, a cantora Gretchen dividiu opiniões ao mostrar o resultado de uma harmonização glútea. Isso porque, segundo a própria artista e o especialista responsável, o produto usado foi o temido PMMA (polimetilmetacrilato) – e o que muitos não sabem é que, apesar dos riscos, há indicações de uso estético e marcas liberadas por órgãos reguladores. Entenda:

Gretchen rebate críticas e explica uso de PMMA no bumbum

(Crédito: Reprodução/Instagram @mariagretchen)

Recentemente, a cantora Gretchen chocou ao revelar que fez um procedimento com PMMA. Substância sintética, o polimetilmetacrilato já foi associado diversas vezes a riscos para a saúde por não ser algo que o corpo reabsorve – e, por esse motivo, a cantora enfrentou uma série de críticas após mostrar a harmonização glútea feita com a substância.

Diante dos comentários citando perigos do PMMA – assunto já abordado, por exemplo, pela coach Maíra Cardi, que tem a substância no rosto e sofre com efeitos negativos dela –, Gretchen se posicionou. Em uma live, a cantora citou o tipo de produto que utiliza, e rebateu as críticas.

“A única opinião que importa sobre mim é a minha. PMMA não é hidrogel e nem silicone industrial. O PMMA que eu usei, uso e vou continuar usando se for necessário, é o Biossimetric. Este é o verdadeiro. O que não for verdadeiro, não é feito por médicos. Este produto só se vende com nota fiscal, e só para médicos”, declarou.

Na ocasião, o próprio médico responsável pelo procedimento, Dr. Fulvio Luca, especialista em harmonização glútea, tudo foi feito com indicação. “A gente não chama só de tratamento estético, ele busca sustentação. Nós fizemos o procedimento há quatro meses, depois fizemos um pequeno retoque. Nós prescrevemos o PMMA para fazer correções”, declarou ele.

PMMA é liberado? Qual a recomendação de uso?

(Crédito: Reprodução/Instagram @mariagretchen)

O polimetilmetacrilato, ou PMMA, é um polímero sintético utilizado em diferentes áreas, e isso inclui a medicina. De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), ele pode ser usado como material de preenchimento estético cutâneo quando na forma de microesferas suspensas em gel.

Atualmente, ainda segundo o órgão regulador, há dois produtos com PMMA liberados. Um deles é o Linnea Safe, e o outro é o Biossimetric, citado pela cantora como sendo a escolha do profissional responsável por sua harmonização.

O fato de haver produtos com PMMA liberados pela Anvisa, no entanto, não significa que qualquer tipo de preenchimento estético, em qualquer pessoa e em qualquer parte do corpo, pode ser realizado com ele. A própria agência reguladora explica que ambos os produtos liberados têm usos bem específicos.

Segundo a Anvisa, esse produto é aprovado especialmente para correções anatômicas ligadas à perda de preenchimento no corpo. É o caso de quem convive com lipodistrofia, perda de volume facial que ocorre especialmente em pacientes com HIV. Geralmente, o PMMA é usado por médicos para preencher regiões faciais profundas (sobre o osso, por exemplo), em cicatrizes de acne e, em alguns casos, correção de preenchimento glúteo.

Riscos do PMMA

PMMA no bumbum
(Crédito: Reprodução/Instagram @mariagretchen)

Ainda que não seja proibido e tenha uso médico, a aplicação do produto deve seguir critérios rigorosos para indicação. Isso porque o mau uso da substância, incluindo erros na quantidade, no manuseio, na aplicação e até na área escolhida para aplicá-la, podem trazer danos graves e até permanentes à saúde.

Conforme esclarecido pela própria Anvisa, o PMMA é uma substância com alto risco sanitário. Complicações como infecções severas, inflamações crônicas, necrose de tecido, deformidades permanentes e até risco de morte são possíveis quando há mau uso do produto, ou uso da substância em versões fabricadas de forma clandestina.

Outra questão relacionada ao polimetilmetacrilato é que ele é permanente. Ao contrário de outros preenchedores, ele não é absorvido pelos tecidos, atuando como uma espécie de “cimento estético”. Diante de qualquer complicação ou insatisfação, é praticamente impossível retirar a substância sem danificar também o tecido saudável, podendo gerar deformidades.

Procedimentos estéticos