Você já deve ter reparado que ciclones, furacões e tufões muitas vezes recebem nomes de pessoas, como aconteceu com os mais recentes, Irma, José e Maria. Esses nomes não são escolhidos ao acaso: esses perigosos fenômenos precisam ser avisados e divulgados com eficiência e rapidez. Daí a importância de terem nomes próprios facilmente reconhecidos pela população.
E, acredite, a escolha desses nomes populares não é aleatória: desde meados da década de 70, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) segue uma lista de nomes femininos e masculinos em ordem alfabética para estes fenômenos.
Nomes de ciclone, furacão e tufão: critérios
Qualquer que seja o termo usado, os nomes famosos que estão nas manchetes dos jornais e nos pronunciamentos das autoridades seguem um padrão. Ele é necessário para facilitar o envio de mensagens de alerta e a comunicação em bases costeiras e navios.
Divisão por localidade
A OMM mantém listas de nomes de A a Z para as ocorrências em diferentes localidades.

Mar do Caribe, Golfo do México e Atlântico Norte
Os nomes estão divididos em seis colunas, cada uma para um ano. Isso implica que, a cada 6 anos, os nomes precisam se repetir.
Hoje eles são alternados entre nomes masculinos e femininos, mas quando a lista foi criada, em 1953, eram usados apenas com nomes femininos. A partir da década de 70, foram incluídos os nomes masculinos, afinal, associar mulher a um fenômeno destruidor é um tanto sexista.
Oceano Pacífico e Centro- Norte do Pacífico
No Oceano Pacífico, a nomenclatura tem algumas variações: se acontecer no Noroeste do Pacífico, a lista a ser seguida tem 144 nomes de A a Z, em seis colunas.
Já os tufões no Centro-Norte do Pacífico obedecem uma sequência de 48 nomes havaianos (os nomes da primeira lista, por exemplo, são Akoni, Ema, Hone, Iona, Keli, Lala, Moke, Nolo, Olana, Pena, Ulana e Wale).
Quando a lista chegar ao fim, os nomes serão repetidos.
Mais fortes têm nomes especiais
O curioso é que, se um ciclone for particularmente mortal ou devastador, o nome é substituído na lista que virá a seguir e não será repetido. Isso aconteceu, por exemplo, com os nomes dos furacões Matthew (que atingiu, entre outros países, o Haiti, em 2016) e Otto (que atingiu a Costa Rica também em 2016) – eles não se repetirão em 2022, como previsto. Eles serão trocados por Martin e Owen.
A OMM considera essa mudança em casos em que o furacão foi oneroso ou devastador a ponto de “o uso futuro de seu nome em uma tempestade diferente ser inadequado por razões de sensibilidade”. Nesta lista, ainda entram os furacões Haiyan (Filipinas, 2013), Sandy (EUA, 2012), Katrina (EUA, 2005), Mitch (Honduras, 1998) e Tracy (Darwin, 1974).
Furacões “femininos” matam mais
Apesar de os nomes masculinos terem sido inseridos para modificar o modelo de chamar estes fenômenos apenas por nomes femininos, esta forma de pensar ainda impacta na forma com que a população vê ciclones, furacões e tufões.
Pesquisa da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, mostra que furacões com nomes de mulher matam mais pelo fato de as pessoas acharem ser “de menor risco” e não se prepararem adequadamente para o desastre natural.
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