Qual tipo de depilação feminina mais agrada você? Uma pesquisa realizada pelo Ambulatório de Estudos em Sexualidade Humana da Universidade de São Paulo (USP) mostrou que a retirada total de pelos da região genital das mulheres é preferência nacional.
Os responsáveis esperam melhorar a orientação para a saúde da região íntima feminina a partir desses resultados, para que as mulheres possam optar pela melhor maneira de cuidar da área.
Tipo de depilação preferida por homens e mulheres
Comandado por Maria Luiza Sangiori, psicóloga e especialista em sexualidade humana, o estudo foi feito por meio de questionário online.
Participaram mais de 52 mil mulheres e mais de 17 mil homens, com mais de 18 anos, de todas as regiões do Brasil.
A idade média dos homens que responderam ao questionário é de 31,9 anos, enquanto a das mulheres é de 28,5 anos. Maria Luiza garante que o estudo apontou que quanto mais alta a faixa etária, menor é a preferência pela depilação íntima completa, e maior é o gosto pela remoção apenas parcial dos pelos.
Depilação completa faz mal?
Um dos objetivos do levantamento era investigar a relação entre depilação e problemas de saúde íntima nas mulheres.
Ao questionário, poucas apontaram que têm sintomas clínicos ou desconforto na região (como corrimento vaginal ou coceira na vulva) após a extração total de pelos.
“Não observamos que a ausência de pelos influencie na aparição de sintomas. Talvez a técnica usada, os aparelhos sem higienizar influenciem, mas não constatamos que a ausência de pelos faça mal”, explicou a pesquisadora Maria Luiza Sangiori em entrevista ao site G1.
Pouco mais de 34% das mulheres não apresentaram sintomas, enquanto cerca de 16% tiveram vermelhidão na área e mais de 12 % tiveram pelos encravados após a sessão.
Por que a maioria prefere a depilação completa
“Depilar é higiênico”

Para a maioria das mulheres que responderam ao questionário, a assepsia seria um dos motivos mais fortes para depilar toda a genitália.
A crença, no entanto, é questionada por especialistas. Em entrevista ao Vix, a ginecologista Claudia Leitão garante que depilar totalmente a área íntima pode gerar problemas.
Isso porque a ausência de pelos pode deixar a vulva e vagina mais suscetíveis a inflamações e irritações. As bactérias podem entrar com facilidade no organismo através de pequenas lesões deixadas pelos métodos (tanto cera quanto barbeador, por exemplo).
A depilação não tem ligação garantida com a prevenção de doenças. Inclusive alguns estudos apontam que remover os pelos pubianos pode aumentar as chances de contrair doenças sexualmente transmissíveis (DST).
Influência da pornografia
Apesar de o formulário não apresentar perguntas relacionadas ao consumo de pornografia, Maria Luiza acredita que esse tipo de conteúdo tem forte influência sobre a preferência entre os homens.
“Vimos outras pesquisas que levam em consideração a questão da pornografia como uma das vias que estejam incentivando essas preferências pela mulher ‘Barbie Doll’”, disse a especialista, referindo-se ao estereótipo da mulher magra, com curvas e sem pelos, muito explorado pela indústria de filmes pornográficos.
Pelos são sujos?
Diferente do que muitos acreditam, pelos pubianos não são nojentos, pelo contrário: eles ajudam a proteger a região íntima e previnem infecções que causam coceira, corrimento, odores fortes e outros sintomas.
“Os pelos fazem parte do nosso sistema de defesa e funcionam como uma barreira física muito importante para impedir a invasão de agentes patogênicos”, ressalta a ginecologista Claudia.
Todas as mulheres podem depilar?
“Em mulheres que têm histórico de irritações, dermatites, micoses, vermelhidão local ou passaram por bronzeamento excessivo, a retirada dos pelos não é indicada. As gestantes também não devem fazer depilação a laser”, pontua a ginecologista, que ressalta a importância do aval de um médico.
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